As maiores cooperativas mineiras de cafeicultores divulgaram uma "proposta aberta" à presidente Dilma Rousseff, cobrando medida para amenizar a crise financeira provocada pelos baixos preços do grão. As organizações propõem que os R$ 3,2 milhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), destinados pelo governo para financiar a colheita, custeio e estocagem na safra 2013/ 2014, sejam redirecionados para compra de 10 milhões de sacas de café, que seriam retiradas do mercado para recompor os estoques oficiais. Outra reivindicação é um valor adicional sobre o preço mínimo de garantia de R$ 307 a saca nas operações de subvenção econômica para equalização dos preços (Pepro).
O presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso), Carlos Melles , afirmou que, além do atraso na liberação do financiamento, existem dificuldades de acesso aos recursos por causa do endividamento.
As cooperativas de Varginha (Minasul), Guaxupé (Cooxupé) e Três Corações (Cocatrel), além da Associação dos Produtores Rurais do Sul de Minas (Assul), apoiam o movimento, que receberá adesão dos prefeitos das regiões cafeeiras, disse Melles. Segundo ele, a aprovação de um preço mínimo abaixo do custo de produção e a demora na liberação dos recursos para sustentação de preços se devem a um "viés ideológico" contra a cafeicultura em alguns setores do governo.
Diante da situação atual, a medida mais eficaz seria, segundo ele, a retirada do mercado de 10 milhões de sacas. Ele lembrou que as aquisições feitas por meio de opções nas gestões dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva se mostram lucrativas para o governo, que comprou o café na baixa e vendeu na alta.
Veículo: DCI