O setor produtivo ainda está distante da recuperação. A conclusão é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que divulgou na sexta-feira os dados da Sondagem Industrial de junho, indicando queda da produção. Conforme a entidade, no fim do primeiro semestre deste ano, a indústria "não conseguiu recuperar os espaços perdidos tanto no mercado doméstico quanto externo".
O documento divulgado informa que "cresceram as dificuldades das empresas industriais, refletidas no aumento da insatisfação com as margens de lucro e a situação financeira, problemas acentuados pela maior dificuldade de acesso ao crédito". A CNI coloca, ainda, que as empresas estão muito preocupadas com a queda de demanda e a falta de mão de obra qualificada, que continua sendo um problema comprometendo todo o setor e pressiona custos com pessoal.
Os altos níveis dos estoques nas indústrias também voltou a preocupar todo o setor, segundo a CNI. Para a retomada da atividade industrial, conforme a entidade, é necessário reduzir custos de produção, além de fortalecer fundamentos macroeconômicos, como controle da inflação e do déficit fiscal e transações correntes. A CNI defende a desoneração dos investimentos.
Segundo a entidade, a produção industrial em junho caiu em relação ao mês anterior, para 46 pontos. Em maio, o índice havia registrado 51,1 pontos. A última vez que o índice ficou abaixo da linha dos 50 pontos - o que significa redução da produção em relação ao mês anterior - foi em fevereiro, com 46,1 pontos.
A utilização da capacidade instalada ficou em 42,9 pontos em junho, o menor valor do ano, segundo a CNI. No mês anterior, o índice fechou em 45,6 pontos.
Já o nível de estoques aumentou em junho em relação a maio, pelo terceiro mês consecutivo, para 50,6 pontos. E junto com a redução da produção, o emprego também recuou em junho. O índice ficou em 48,1 pontos, frente a 49,5 pontos em maio. Segundo a CNI, apenas entre as grandes empresas o número de empregados manteve-se relativamente estável.
Expectativas
A expectativa dos empresários em relação à demanda nos próximos seis meses continua positiva em julho. O índice de 58,9 pontos, entretanto, está abaixo do registrado em junho, que foi de 60 pontos. Isso significa que, apesar de continuar positiva, está menos favorável que no mês anterior.
Em relação ao crescimento das exportações, os empresários também se mostraram confiantes em julho, mas este índice também sofreu leve redução na comparação com o mês anterior, passando de 55,1 pontos, em junho, para 54,2 pontos em julho.
Veículo: DCI