TVs que duram mais são novo alvo de interesse da AOC no Brasil

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Três quartos dos televisores instalados em salas de espera de hospitais, clínicas e hotéis, além de bares, restaurantes e franquias de alimentação são programados para funcionar ininterruptamente por até seis horas, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Mídia Digital Out of Home (ABDOH). A vida útil desses aparelhos chega a um ano e meio, em média. Apenas 25% dos estabelecimentos comerciais no país estão equipados com monitores feitos para trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, com capacidade de resistir por cerca de cinco anos.

Para estimular esse segmento, de televisores mais "longevos", a AOC acaba de investir R$ 10 milhões em uma linha de monitores voltada ao mercado empresarial. São telas de alta resolução, de 32 a 55 polegadas, que começaram a ser produzidas na fábrica da empresa em Jundiaí (SP). Os aparelhos são equipados com três "coolers" para resfriamento da tela, o triplo de um televisor comum. Além disso, vêm com um software que impede o efeito "fantasma" (quando uma imagem que foi transmitida por um longo período fica memorizada na tela) e têm um software capaz de acionar a programação do monitor a distância.

"Os aparelhos custam de 10% a 15% a mais em relação a um televisor comum, mas apresentam uma durabilidade muito maior", disse ao Valor Christian Yves Desponds, diretor de vendas e marketing de negócios entre empresas da AOC. Neste ano, o objetivo da companhia é vender 10 mil monitores ao mercado empresarial, o que equivalente a 3% do faturamento, previsto em R$ 1 bilhão. A AOC é uma marca da taiwanesa TPV Technology, cujo faturamento global em 2012 foi de US$ 11,9 bilhões.

Desponds chegou há pouco mais de um ano à AOC, vindo da área de produtos para o mercado empresarial da Samsung. Na AOC, sua missão foi desenvolver uma divisão semelhante à da concorrente. A AOC é a maior fabricante mundial de monitores, considerando sua produção para terceiros no exterior, como Samsung e Philips. No Brasil, a atenção da companhia estava voltada ao consumidor final. Os monitores mais duráveis são o primeiro passo na direção do mercado empresarial. A companhia também planeja produzir tablets para esse segmento. "Ao fim do terceiro trimestre, vamos apresentar um tablet com Windows 8", afirmou Desponds. No segmento de aparelhos voltados às empresas, a AOC vai concorrer no país com Samsung e LG.

Para atender esse novo mercado, a AOC negocia parcerias para oferecer um pacote completo ao cliente: aparelho, software de monitoramento a distância (para atualizar a programação) e conteúdo sob medida, o que inclui campanhas de marketing.

O primeiro acordo foi fechado com o restaurante Hooters, rede americana que conta com duas unidades em São Paulo. "Como o público-alvo da rede é masculino, vamos transmitir conteúdo relacionado a esportes", disse Desponds. A responsável pelo conteúdo é a HipTV. A AOC também negocia com uma rede de lojas de chocolate, cujo nome o executivo mantém em segredo. Nesse caso, o contrato envolve cerca de 600 aparelhos e o fornecimento da programação.

No alvo da AOC estão também aeroportos e centros de controle municipais, a exemplo do Centro de Operações Rio, criado em dezembro de 2010 com o objetivo de reunir informações de diversos órgãos públicos para agilizar o atendimento à população, especialmente em situações de emergência, como enchentes e deslizamentos de terra. Nesse centro, cerca de 80 telas apresentam dados atualizados de trânsito, condições meteorológicas e o funcionamento de serviços básicos. Essas telas com borda ultrafina, de cinco milímetros, formam um "video wall" - agrupamentos de diversos monitores capazes de formar uma única imagem.

"Estão sendo criados outros centros de operação nas capitais, especialmente naquelas que vão receber os jogos da Copa do Mundo, e nosso objetivo é participar das licitações", afirmou o executivo.



Veículo: Valor Econômico


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