O grupo Comper vai priorizar neste ano a abertura de unidades da rede Comprefort, o seu modelo de atacarejo, modelo de loja mais despojado, com características de atacadista, em praças onde já atua com sua bandeira de supermercado. A Comprefort chegou a Brasília na semana passada. Até então, esta marca de atacarejo estava restrita a Santa Catarina, com três unidades.
A idéia é abrir outras três lojas Comprefort nos próximos meses, possivelmente no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e até duas novas lojas do supermercado Comper. Nestas três praças - Brasília, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - a varejista catarinense já está presente com a marca Comper, de supermercado.
De acordo João Pereira, diretor da rede, o grupo pretende atingir em 2009 um faturamento de R$ 1,7 bilhão, cerca de 30% superior à receita de 2008, de R$ 1,35 bilhão. " Nossa rede ainda não sentiu a crise. O ano de 2008 foi de crescimento de 26% nas vendas, tendo aberto três novas lojas", disse Pereira.
No total, o grupo fechou 2008 com 31 unidades entre todas as bandeiras que atua. Além do Comper e do Comprefort, possui um atacado chamado Bate Forte, em São Paulo. Pereira explica que o grupo vai priorizar a abertura do modelo atacarejo porque este é o modelo que as demais redes estão também investindo.
"São lojas de custo menor e neste momento (com a crise podendo ficar mais profunda) está todo mundo procurando reduzir custos", diz ele, explicando que são lojas de margem de lucro menor, mas que têm feito sucesso com diferentes classes, ainda que tenham sido criadas voltada à baixa renda. "Mas até a classe B tem preferido este tipo de loja", observa o diretor.
Segundo Pereira, no plano de expansão o grupo vai consolidar a posição em mercados onde já atua: Santa Catarina, Brasília, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A rede não revela o volume de investimentos previsto para o ano, mas Pereira diz que "será um ano arrojado de investimentos", uma vez que abrirá quase o dobro do volume que abriu em 2008. "Estamos apostando na crise", diz ele, que não descarta a possibilidade de adquirir pequenas redes nos mercados onde já atua. "Temos caixa para isso e se for preciso, também teremos aporte", diz.
O executivo descarta qualquer possibilidade de a própria rede Comper vir a ser vendida, como já foi cogitado pelo mercado. "É uma empresa bem sólida e com um faturamento que dá espaço para as aquisições", diz ele, acrescentando que chegou a haver, contudo, algumas conversas no passado com compradores. "Mas não estamos à venda", finalizou.
Para Pereira, além do espaço de aquisições que poderá haver no mercado em 2009 com um cenário de crise, existe uma estabilidade maior nos preços de terrenos, que possibilita com mais facilidade a expansão da rede neste ano. "Já tínhamos para essas novas unidades um acordo prévio de preço do terreno, mas ajuda a expansão o fato de que os preços até venham a cair neste ano".
Veículo: Valor Econômico