Metro, a varejista alemã, sinalizou ontem que não deverá conseguir cumprir a meta prevista para o lucro operacional de 2008 pois vendeu menos mercadoria neste Natal do que em dezembro de 2007. Mas a estratégia de vender mercadorias mais baratas na rede Real e a abertura de novas lojas no quatro trimestre do ano fizeram as vendas do grupo Metro subirem 3% para 20,1 bilhões de euros.
Novas lojas, em especial as unidades Media Markt que vendem produtos eletrônicos, ajudara, a elevar as vendas do grupo em 5,9% para 68 bilhões de euros (US$ 89,7 bilhões) em 2008, em relação a 2007. O lucro antes de juros e impostos, diz a Metro, deverá ficar "em linha com o crescimento das vendas".
O resultado das vendas, porém, ficou abaixo do cenário traçado pela própria varejista que previa aumento entre 6% e 8% para lucro e receita ao longo de 2008. Isso indica que o lucro operacional, que a Metro deve anunciar em 24 de março, deverá cair abaixo da faixa de 2,22 bilhões a 2,27 bilhões de euros, anteriormente prevista.
A segunda maior varejista da Europa, atrás da rede de supermercado francesa Carrefour, disse que suas vendas fracas deveram-se a resultados ruins em vários mercados estrangeiros no quarto trimestre - uma tendência que não pôde ser revertida pelo desempenho registrado na Alemanha.
O ano de 2009 deverá ser "muito difícil" para a Metro, disse o principal-executivo da empresa, Eckhard Cordes. "Os consumidores pensarão duas vezes sobre onde e para quê gastar o seu dinheiro", disse o CEO. Metro também anunciou que vai cortar gastos de capital e custos operacionais.
Enquanto a economia alemã encolhia nos últimos meses do ano passado, as lojas da Metro viram as vendas despencarem. A atacadista Metro Cash&Carry reportou queda no último trimestre de 2,4% em lojas abertas há mais de um ano (sem considerar as lojas novas)
A exceção no portifólio do grupo foi a bandeira Real de hipermercados, que a Metro vem tentando ressuscitar nos últimos meses com a introdução de sua marca própria, mais barata.
A tendência dos consumidores de procurar por marcas de preço mais acessível fez as vendas da rede Real subirem 1,1% no trimestre do Natal. Mas esse resultado ainda é menor do que o crescimento de 5% visto ao longo de 2008. O plano da rede Real, de oferecer mercadorias de menor preço, também vem sendo adotado pela britânica Tesco, que ontem também divulgou resultados.
Veículo: Valor Econômico