Negócios ficam lentos com entrada da safrinha

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Vendedores estiveram ausentes do mercado aguardando por melhores preços, que podem não chegar, alertam analistas .

O mercado de milho brasileiro teve uma semana de poucos negócios e preços de estáveis a mais baixos. Os vendedores estiveram ausentes, aguardando por melhores preços - que podem não chegar - devido à boa oferta da safrinha. Por sua vez, os compradores ficam na defensiva, na expectativa de preços mais acessíveis.

Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, em quase toda a semana, os preços foram pressionados pelas baixas na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), que teve como principal fator a previsão climática favorável às lavouras de milho dos Estados Unidos.

Na quarta-feira, as geadas e chuvas em algumas localidades seguraram a colheita da safrinha e a pressão de venda. Entretanto, novas baixas na CBOT e a falta de liquidez no porto de Paranaguá seguiram pressionando as cotações. Houve alguma atenção às geadas, mas as mesmas tiveram pouco efeito às lavouras do cereal.

O Brasil poderá colher 45,204 milhões de toneladas de milho na segunda safra de milho 2013, também conhecida como safrinha, volume recorde que supera as 37,976 milhões de toneladas registradas em 2012. Os números fazem parte da mais recente estimativa de Safras & Mercado, divulgada no último dia 19.

Houve um recuo em relação às 45,809 milhões de toneladas previstas no relatório anterior, de junho, em decorrência de ajustes de área cultivada e dos problemas climáticos ocorridos no Paraná, diante das chuvas excessivas entre o fim de junho e o começo de julho.

A produção esperada para este ano leva em conta a expectativa de incremento de 14,8% na área, que deve alcançar 7,993 milhões de hectares, ante os 6,963 milhões de hectares cultivados na segunda safra de 2012. "O maior crescimento é registrado em Goiás, de 41,4%, cultivando 994,151 mil hectares, seguido pelo Mato Grosso, de 25,1%, com área plantada de 3,538 milhões de hectares", sinaliza.

A expectativa de avanço da produção em Mato Grosso, que deve alcançar 19,109 milhões de toneladas e manter a liderança nacional na safrinha. "Mesmo com um recuo no potencial de produção frente às 12,458 milhões de toneladas da estimativa anterior, o Paraná deve seguir em segundo lugar na produção de milho safrinha, colhendo 11,880 milhões de toneladas de milho, seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 6,723 milhões de toneladas", afirma.

Na quinta-feira no porto de Paranaguá,os preços ficaram a R$ 24/24,30. No Estado do Paraná, a cotação comprador/vendedor em Cascavel ficou a R$ 20/20,50. Em São Paulo, preço esteve em R$ 21,50/22,00, na Mogiana. Em Campinas CIF, a cotação esteve a R$ 24/24,50. No Rio Grande do Sul, preços em Erechim, a R$ 26/26,50. Em Minas Gerais, preço em Uberlândia ficou a R$ 22/22,50. Em Goiás, preço esteve a R$ 18/18,50 em Rio Verde. Em Sorriso, o preço encerrou em R$ 10/10,50.


Intenção - O milho deverá perder espaço na safra de verão 2013/14, na região Centro-Sul. Levantamento de intenção de plantio, divulgado por Safras & Mercado, aponta uma redução de 10,1% na área a ser plantada, que ocuparia 5,282 milhões de hectares, contra 5,877 milhões cultivados em 2012/13. Contando com condições climáticas normais, a produção da primeira safra poderia ficar em 29,715 milhões de toneladas, recuando na comparação com as 33,046 milhões colhidas em 2012/13.

Safras trabalha com uma queda de 6,2% na área a ser plantada na segunda safra, ou safrinha, que totalizaria 7,499 milhões de hectares, contra 7,993 milhões de 2012/13. A produção da safrinha está estimada em 42,463 milhões de toneladas, abaixo das 45,204 milhões previstas para a temporada anterior.

A área total de milho na região Centro-Sul está estimada em 12,781 milhões de hectares, com recuo de 7,9%. A produção está inicialmente estimada em 72,179 milhões de toneladas. As regiões Norte e Nordeste deverão cultivar 1,635 milhão de hectares e colher 5,395 milhões de toneladas. Com isso, a área total no Brasil somaria 14,416 milhões de hectares, caindo 4,7% sobre o ano anterior. O país deverá produzir 77,575 milhões de toneladas em 2013/14, contra 82,069 milhões colhidos em 2011/12.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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