Julho foi marcado por queda nos preços da soja no Brasil e na Bolsa de Mercadorias de Chicago. Em decorrência deste quadro, o ritmo dos negócios foi lento nas principais praças do país. O avanço da safra norte-americana e a expectativa de uma ampla produção daquele país pesaram sobre as cotações, dificultando a comercialização, já que vendedores e compradores optaram por uma postura mais cautelosa.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos fechou a quinta-feira a R$ 64,50. No início do mês, o preço era de R$ 70,00. No mesmo período, a cotação recuou de R$ 66,00 para R$ 62,50 em Cascavel (PR) e de R$ 60,00 para R$ 57,00 em Rondonópolis (MT). As cotações também caíram em Dourados (MS) - de R$ 58,50 para R$ 58,00 - e em Rio Verde (GO) - de R$ 59,00 para R$ 55,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro abriram julho a US$ 12,52 por bushel e fecharam o dia 31 cotados a US$ 12,06. A queda foi determinada pelo bom desenvolvimento das lavouras norte-americanas, que ratificaram o sentimento de uma safra cheia nos Estados Unidos, contribuindo para a recomposição dos estoques globais.
O impacto negativo das cotações internacionais só não foi maior devido ao câmbio. O dólar seguiu firme frente ao real ao longo de julho, na casa de R$ 2,300, atingindo os melhores níveis desde 2009, diante do sentimento positivo em relação à economia norte-americana. O dólar firme deu competitividade à soja brasileira no mercado internacional, amenizando o efeito baixista de Chicago.
Safra 2013/14 - A área a ser plantada com soja na temporada 2013/14 deverá crescer 3,7% na comparação com 2012/13, ocupando 28,951 milhões de hectares. A projeção faz parte do levantamento de intenção de plantio, divulgado pela consultoria Safras & Mercado. Se o aumento for confirmado e contando com clima regular, a produção brasileira na próxima temporada deverá bater novo recorde, somando 88,172 milhões de toneladas, com crescimento de 7,4% sobre o total colhido em 2012/13, de 82,125 milhões de toneladas.
A exemplo dos anos anterior, embora com menor ímpeto, os fatores de estímulo ao cultivo da soja devem ser dominantes e prevalecer na decisão dos produtores: positiva lucratividade bruta, aumento na disponibilidade de crédito oficial e privado, elevados preços médios recebidos, cenário de preços ainda razoáveis para 2014, demanda interna e externa aquecida, e dificuldades de avanço na área de culturas alternativas.
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 42 milhões de toneladas em 2014, com avanço de 9% sobre o ano anterior, quando os embarques ficaram em 39,5 milhões de toneladas. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado. O esmagamento deverá subir 5%, passando de 38 milhões para 40 milhões de toneladas.
Veículo: Diário do Comércio - MG