Recursos começam a chegar no campo

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O aviso de lançamento dos leilões de Opções Públicas de Venda para o café está em fase de conclusão, conforme apuramos junto ao governo federal nesta semana. De acordo com informações passadas, o programa abrangerá 3 milhões de sacas de 60 kg, ao preço unitário de R$ 343 para o café arábica tipo 6.

A boa notícia é que, compreendendo a situação da cafeicultura brasileira e atendendo a um pleito das lideranças do setor de produção, o governo deverá lançar o programa com ágio de preço para cafés superiores e deságio para cafés inferiores ao tipo 6. Entendemos essa medida como positiva, uma vez que possibilita a participação de um maior número de produtores.

Também em audiência com representantes do governo federal, tivemos a informação que todos os contratos com os agentes financeiros interessados em operar os recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) na safra atual foram assinados na semana passada e estão chegando ao Ministério da Agricultura para assinatura do ministro Antônio Andrade desde o último dia 13.

De imediato, o Departamento do Café está liberando o valor contratado seguindo o cronograma apresentado por cada banco ou cooperativa, o que significa que, desde sexta-feira, 16, os recursos já estão sendo disponibilizados.

Na semana passada, o Conselho Nacional do Café (CNC) participou da palestra "Perspectivas, Cenários Atuais e Tendências da Cafeicultura: Brasil, Vietnã e Colômbia", organizada pela Embrapa Café e ministrada por Juliano da Silva Mota, da Agricultural Consultancy Services (ACS). Na ocasião, foram apresentadas características da cafeicultura nos três importantes países produtores de café e passadas algumas sugestões de como o Brasil se posicionar frente a esses dois grandes concorrentes.

O CNC enaltece a iniciativa da Embrapa Café no sentido de entendermos o que ocorre na cafeicultura mundial, o que tem importância sobremaneira para que o Brasil, na condição de principal player desse mercado, possa adotar medidas preventivas e de geração de renda a todos os elos da cadeia produtiva nacional, pois temos que pensar na atividade cafeeira com o máximo de sustentabilidade possível.

Em reunião realizada no dia 14 de agosto, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o setor privado da cafeicultura brasileira, capitaneado por iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), deu seqüência ao debate sobre o nível de impurezas aceitável nos produtos à disposição do consumidor brasileiro.

Um ponto consensual no encontro foi que a maioria dos cafés consumidos no país respeita o limite máximo de 1% de impureza. Além disso, visando acabar com esse pequeno grupo de produtos que possuem impurezas acima de um ponto percentual, determinou-se a criação de um grupo de acompanhamento para a definição de novas regras na produção de cafés no Brasil que deverão nortear as ações do setor industrial.

O mercado futuro do café arábica apresentou certa volatilidade na semana, com o fator climático pesando entre as altas e as baixas. Embora a previsão de frio intenso na região Sul do país tenha dado sustentação às cotações no meio da semana, como as geadas que atingiram o Paraná na madrugada de quinta-feira não afetaram áreas cafeeiras, o mercado devolveu os ganhos. O vencimento setembro do contrato C da bolsa de Nova York apresentou queda acumulada de 105 pontos até o fechamento de quinta-feira, quando foi cotado a US$ 1,2185 por libra-peso.

As cotações do robusta na bolsa de Londres apresentaram comportamento semelhante ao do arábica em Nova York. O vencimento setembro do contrato 409 encerrou a quinta-feira a US$ 1.952 por tonelada, acumulando desvalorização de US$ 11/t na semana.

A valorização do dólar frente ao real também ajudou a pressionar os preços internacionais do arábica. Apresentando alta em todos os fechamentos diários, a moeda americana acumulou ganhos de 2,84% até a quinta-feira, quando foi cotada a R$ 2,34. Dados que comprovam o fortalecimento da economia dos Estados Unidos têm motivado essa tendência, mesmo com sucessivas intervenções do Banco Central do Brasil.

O Departamento do Café do Ministério da Agricultura (DCAF/Mapa) divulgou, também nesta semana, seu Informe Estatístico referente a julho, no qual é possível avaliar como a situação do comércio exterior do café brasileiro foi afetada pelos preços internacionais aviltados. Mantendo a tendência dos meses anteriores, o volume exportado em julho de 2013 (2,24 milhões de sacas) foi superior ao do mesmo período de 2012 (2,13 milhões de sacas), porém a receita gerada foi 19% inferior, de US$ 353 milhões, ante os US$ 437 milhões de julho do ano passado.

Quando se analisa os dados globais da exportação do agronegócio do Brasil no período de janeiro a julho de 2013, nota-se que entre as seis principais cadeias agroindustriais geradoras de divisas, apenas o café apresentou perda de receita. Esse fato reforça a necessidade e os benefícios para o país da ação governamental para socorrer a cafeicultura brasileira.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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