Commodities agrícolas afetam PIB

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Produtos do agronegócio do Estado passam por momento de desvalorização no mercado internacional.

As commodities agrícolas em Minas Gerais estão passando por momento de desvalorização no mercado internacional, com forte impacto na economia local. O movimento de queda já afeta o café, o açúcar, o milho e a soja. Um Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio menor do que o apurado no ano passado, e até mesmo o fechamento de usinas produtoras de açúcar, são as possíveis conseqüências imediatas para o Estado apontadas por especialistas.

Somente o café, principal produto na pauta de exportação do Estado, com representatividade de 25% sobre toda a renda agropecuária mineira, deverá gerar um PIB cerca de 30% menor neste ano, segundo projeções do coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela.

E a explicação está nos baixos preços praticados no mercado internacional. Entre o dia 15 de agosto de 2012 e a mesma data de 2013 houve retração de 20,8% no preço do café, que passou de R$ 368,3 a saca de 60 quilos para R$ 291,62, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).

A cotação dessa commoditie passou por influência da crise internacional, que levou a uma conseqüente queda na demanda internacional. Porém, como os estoques têm se mantido na mesma proporção, os preços vêm caindo. Como se não bastasse a desvalorização, o café mineiro ainda sofre outro empecilho: a substituição daqueles do tipo arábica - produzidos no Estado - pela espécie conilon. Esse seria outro golpe para os produtores locais que começam a perder espaço no cenário internacional.


Açúcar - O açúcar é outro produto de relevância para o Estado que passa por processo de desvalorização. Entre agosto de 2012 e de 2013, a retração da commoditie foi de 23,66%, ao passar de R$ 56,16 a saca de 50 quilos para R$ 42,87.

Minas Gerais é o segundo maior produtor nacional do produto, com forte participação nas vendas internacionais. Porém, a Índia, que havia passado por problemas climáticos prejudiciais ao cultivo da cultura, voltou a ser um grande produtor. E, dessa forma, colaborou para o aumento do excedente do produto.

Segundo o secretário-executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, o Brasil possui participação entre 40% e 50% no mercado livre de açúcar. "Estamos entrando no terceiro ano seguido com excedentes do produto no mercado global. E a alta do consumo segue em um ritmo entre 1,5% e 2%, que é o aumento da própria população", afirma.

O resultado prático de baixo preço para o mercado mineiro é a entrada de 30% das 39 usinas ativadas em um processo de dificuldade financeira, chamada pelo representante do setor como "pré-falência". Nos últimos quatro anos, pelo menos seis já deixaram de operar no Estado.

Para amenizar um pouco essa crise, o segmento tem buscado a diversificação da produção e voltando-se mais fortemente para o etanol. "Está cada vez mais difícil por causa da pouca rentabilidade. Hoje estamos vendendo o açúcar pelo custo de produção", afirma Campos.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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