Redes driblam endividamento dos consumidores para crescer

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Para driblar o endividamento dos consumidores - que se mostra como o principal fator para o desempenho abaixo do esperado pelo varejo de calçados - lojistas recorrem a ações direcionadas a públicos específicos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de tecidos, vestuário e calçados ainda apresenta aumento de 3% no volume de vendas na comparação do primeiro semestre deste ano com o de 2012, mas os resultados não animam os empresários.

A atualização frequente das vitrines no varejo de calçados é uma das medidas utilizadas por players para atrair mais clientes às lojas. Mas essa solução não é viável para todos porque esbarra na nas limitações da indústria, que não comporta produzir uma diversidade tão abrangente em um ano, e na alta do dólar, que freia a busca por itens importados.

Para o diretor-presidente da Passarela - rede multimarcas com 37 lojas em São Paulo -, Vanoil da Rocha Pereira, a busca por novidades se tornou obrigatória no segmento. "Não podemos ficar com uma vitrine estática por 30 dias, sem mudar nada. Precisamos estar o tempo todo ligados, pois só assim o mercado responde um pouco melhor."

Com a necessidade de atualizar frequentemente o sortimento, empresas podem apostar na escolha de padrões, que não necessariamente exigem novas coleções, mas demandam apenas uma mudança visual. "Trabalhamos com temas, sempre acompanhando algumas tendências de cores. Agora estamos com o branco e preto, em seguida trabalharemos com estampas florais. No verão, por exemplo, trocamos de tema três ou quatro vezes."

Pereira explica que o ano está complicado, sobretudo para o varejo físico, mas que a Passarela ainda aguarda crescimento.

"O mercado em si está bem negativo, o endividamento dos consumidores subiu muito, mas nós devemos crescer ou pelo menos empatar com o ano passado", afirma o empresário.

"O mercado passa por um momento delicado, mas planejamos crescer até 5%." No ano passado, a empresa faturou cerca de R$ 500 milhões, tanto com o braço de e-commerce, que apresenta crescimento acima de 40% devido aos altos investimentos, como pelas lojas físicas, que devem totalizar 40 unidades no interior paulista até o fim de 2013.

Atraindo clientes

A rede de calçados masculinos CNS também sente os efeitos da atual conjuntura econômica. "A população está muito endividada, e o gasto com o setor de serviços é cada vez maior. Estamos crescendo, mas diferentemente dos anos anteriores, temos pequenos incrementos em alguns meses, e outros empatando com 2012", afirma o diretor Luiz Flores.

Por estar direcionada ao público masculino, a marca tem uma preocupação menor com a renovação das vitrines, segundo Flores. "Precisamos sim renovar, mas no setor masculino as mudanças não são tão radicais como no feminino".

O player foca em outras ações, como bônus de compras e promoções fora das liquidações, para atrair mais clientes. A expectativa da CNS é crescer de 7% a 10% este ano, e abrir mais cinco lojas, duas tradicionais e duas em outlets.

A Dumond, marca do Grupo Paquetá (responsável também pelos players Capodarte, Ateliermix, Lilly's Closet e Ortopé) aposta em produtos de maior valor agregado. É o que afirma ao DCI o gerente geral de varejo da Paquetá, Fabiano Gonçalves.

"Abrimos há cerca de dois meses, mais uma flagship store em São Paulo, e nessa loja lançamos uma linha deluxe, de maior valor agregado. Os resultados têm sido muito bons, e agora estamos avaliando para ver se isso vai ser replicado para as demais lojas da rede", relata Gonçalves. "Continuamos crescendo, embora um pouco abaixo do que gostaríamos." A Dumond possui hoje 52 operações, e espera chegar a 60 lojas até o fim deste ano.



Veículo: DCI


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