Por Lactalis, assembleia da LBR pode ser suspensa

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Em negociações com a francesa Lactalis para transferência de seu controle, a LBR-Lácteos Brasil deve sugerir, no dia 29, que seus credores deliberem pela suspensão da assembleia marcada para analisar o seu plano de recuperação judicial, apurou o Valor.

Ontem, haveria assembleia de credores da LBR em São Paulo, em primeira convocação, mas a falta de quórum impediu a realização e a reunião foi postergada para a próxima quinta-feira.

A Lactalis mostra "um interesse firme" pela LBR, ouviu a reportagem do Valor ontem depois de a assembleia ter sido adiada para a próxima semana. A suspensão da assembleia do dia 29 daria tempo aos credores para avaliar os desdobramentos das negociações entre as duas empresas.

Conforme antecipou o Valor, a Lactalis, que tem receita anual de quase € 16 bilhões, faz "due diligence" na LBR. A operação que está sendo discutida entre as duas empresas prevê a transferência de controle da LBR para a Lactalis por meio de uma operação de aumento de capital, segundo fontes próximas às negociações.

Ontem, a Monticiano Participações, maior acionista da LBR, enviou comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmando as negociações com a francesa Lactalis.

Segundo o comunicado assinado pelo diretor de relações com investidores da empresa, Rubens Marques de Freitas, a LBR "concedeu, por determinado período, exclusividade em favor da Parmalat SpA (controlada da Lactalis) para tratativas preliminares que podem ou não evoluir para uma operação envolvendo a LBR, não havendo, entretanto, nenhum documento vinculativo acerca da implementação da referida operação".

A LBR tem a licença de uso no Brasil da marca Parmalat, que pertence à Lactalis, até 2017. Assim, se a negociação entre a LBR e a gigante francesa for concretizada, a Lactalis retomará o controle da marca Parmalat no mercado brasileiro.

Também ontem, durante a primeira convocação da assembleia, fontes próximas às negociações disseram que o aumento de capital pela Lactalis "não será feito sem um acordo com os credores" da LBR. O aumento de capital da empresa brasileira é uma das possibilidades previstas no plano de recuperação judicial, apresentado em maio deste ano.

Com dívidas estimadas em R$ 1 bilhão, a LBR propõe aos credores, em seu plano, o pagamento do valor de face dos débitos, mas quitação do principal só a partir de 2021 no caso dos credores com garantia e quirografários (sem garantia). Credores considerados fornecedores essenciais seriam pagos em até 24 meses a partir da aprovação do plano.

Os débitos da empresa com os credores quirografários financeiros somam R$ 517 milhões. O BNDES, que é um dos maiores credores da companhia, não votará na assembleia por também ser acionista. Os credores com garantia real totalizam um montante de R$ 120 milhões.

O maior acionista da LBR é a Monticiano (formada por GP e Laep), com uma fatia de 40,55%, seguida pelo BNDESPar, com 30,28%. A Bom Gosto Participações tem 26,3% da companhia e os fundos CRP VII e CRP BG têm fatias de 2,38% e 0,49%, respectivamente.



Veículo: Valor Econômico


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