LBR foi 'falha de diagnóstico', admite BNDES

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cometeu uma "falha de diagnóstico" nos investimentos que fez na LBR - Lácteos Brasil, admitiu ontem o chefe do departamento de agroindústria do banco estatal, Jaldir Lima.

Criada no fim de 2010 a partir da união entre os laticínios Bom Gosto, do empresário gaúcho Wilson Zanatta, e Leitbom, controlada pela Monticiano (GP Investments e Laep), a LBR surgiu com a promessa de ser um gigante em lácteos. Como acionista da Bom Gosto, o BNDES patrocinou a criação da LBR na época com um aporte de R$ 700 milhões. O banco estatal tem 30,28% do capital da LBR.

Da lá para cá, os planos da LBR viraram pó. Além de entrar com pedido de recuperação judicial no começo deste ano, a LBR levou o BNDES a fazer uma baixa contábil de R$ 657 milhões. Agora, a LBR negocia sua venda para a francesa Lactalis, conforme o Valor antecipou.

Hoje, credores da LBR se reúnem em assembleia para discutir o plano de recuperação apresentado pela empresa. A expectativa é de que a LBR sugira a seus credores que deliberem pela suspensão da assembleia, numa medida que daria tempo aos credores para avaliar os desdobramentos das negociações entre a empresa brasileira e a Lactalis.

Se não concordarem com a suspensão da assembleia, os credores terão de apreciar o plano de recuperação proposto, que prevê o pagamento dos débitos pelo valor de face, mas a quitação do principal só a partir de 2021 no caso dos credores com garantia e quirografários (sem garantia). Credores considerados fornecedores essenciais, como produtores de leite, seriam pagos em até 24 meses a partir da aprovação do plano.

Para Jaldir Lima, do BNDES, o fracasso da LBR advém de um "problema estrutural do setor" de lácteos, que sofre pressão de margem com a concorrência no segmento de leite longa vida (UHT), dificuldades de monetizar créditos tributários e sobretudo baixa produtividade da pecuária de leite no país.

Lima reconheceu que esses problemas já existiam quando o BNDES decidiu investir na LBR. "Mas a identificação desses problemas não veio a tempo", argumentou. Ainda segundo ele, o banco estatal acreditava que a criação de uma empresa forte de lácteos poderia atacar os problemas estruturais do segmento. O objetivo não foi atingido. Lima participou ontem de debate no Salão Internacional de Avicultura (Siav), em São Paulo.



Veículo: Valor Econômico


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