As fabricantes de TVs e monitores têm investido no lançamento de produtos de maior valor agregado e em público-alvo de maior poder aquisitivo. Apesar da participação menor no total de vendas em relação à dos equipamentos mais populares, as companhias entendem que os lançamentos acabam compensando por causa do fortalecimento das marcas.

O gerente-geral de tecnologia da informação e vendas corporativas da LG Electronics do Brasil, Rodrigo Fiani, afirma que é preciso reinventar o mercado de monitores. "As vendas vêm caindo, mas estamos crescendo com lançamentos."

Segundo a consultoria GfK, produtos de tecnologia da informação tiveram vendas de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2013, 12% abaixo de 2012. O declínio teria sido impulsionado também pela contração do mercado de monitores.

Um dos monitores que a LG está lançando em setembro no Brasil, com fabricação em Taubaté, é o IPS UltraWide, por R$ 1.699. A tela mais larga imita as proporções de dois monitores comuns colados um ao lado do outro. Em vez de visualizar até 26 colunas de uma tabela do programa Excel, por exemplo, no novo modelo cabem 35 colunas. Outro modelo novo, o ColorPrime, com cores mais fiéis, é voltado para médicos que lidam com diagnóstico por imagem e agências de publicidade.

Por outro lado, por mais que os lançamentos possam preencher nichos de mercado, Rodrigo Fiano reconhece que o objetivo dos novos modelos não é apenas vender, mas trazer valor para a marca. "Esses produtos não vão ter representatividade tão grande na nossa linha em termos de quantidade, mas trazem muito valor agregado e valor para a marca." Segundo ele, a LG está "migrando" para linhas com maior valor agregado, como os de telas maiores.

A também coreana Samsung é outra fabricante que tem investido em produtos para públicos mais restritos a fim de fortalecer a marca. Na semana passada, lançou três modelos de TVs ultra-HD, também conhecidos como 4K, com resolução quatro vezes maior que a dos full-HD. O maior tem 85 polegadas (2,16 m de diagonal) e só 25 unidades serão vendidas no Brasil, por R$ 100 mil cada. "Se existe uma tecnologia nova, queremos ser os primeiros a oferecer", disse ao DCI o vice-presidente de eletrônicos ao consumidor da Samsung do Brasil, Silvio Stagni. Segundo ele, as inovações fazem parte da estratégia da companhia. "Por isso, a marca é a nona marca mais valiosa do mundo."




Veículo: DCI