Volatilidade do mercado é a principal preocupação dos países produtores do grão.
Em um momento delicado para a produção mundial de café, cuja cotação está abaixo dos custos, teve início ontem, no Expominas, em Belo Horizonte, a Semana Internacional do Café, promovida pela Organização Internacional do Café (OIC) e que irá discutir os rumos da produção cafeeira mundial.
Durante a solenidade de abertura foi destacada a importância social, econômica e cultural do grão. Dentre os grandes desafios apontados para a manutenção da produção mundial, destaque para a necessidade de reduzir a volatilidade do mercado, de ampliar a qualidade da bebida e tornar a produção cada vez mais sustentável.
O governador Antonio Anastasia destacou a importância do evento para o Estado, que é o maior produtor nacional do grão, com uma produção estimada para este ano em torno de 26 milhões de sacas de 60 quilos. "O café é uma das principais riquezas do nosso Estado, não só do ponto vista econômico, mas também sob o ponto de vista social, cultural e de nossa identidade. Ao receber aqui as delegações de 70 países que compõem a assembleia da OIC ficamos orgulhosos e honrados de tornar de Minas Gerais ainda mais conhecida", disse.
Para o governador, a semana será fundamental para que sejam discutidos os temas mais relevantes em relação ao café. "O café é responsável pela sobrevivência de dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, e em Minas Gerais não é diferente, são mais de 600 municípios produtores, temos também milhões de brasileiros vinculados a esta cadeia produtiva, por isso a importância desse encontro na capital mineira".
Um dos grandes desafios apontados pelo governador é a necessidade de agregar valor ao café produzido em todo o país. "Este é o caminho fundamental para o nosso desenvolvimento, precisamos cada vez mais pensar, planejar, fomentar e apoiar todos aqueles que queiram trabalhar pela qualidade do grão. Com isso, teremos oportunidades para a geração de empregos e riquezas no setor", enfatizou Anastasia.
Desafio - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que os governos federal, estaduais e a cadeia produtiva estão trabalhando juntos para que Minas e os demais estados produtores exportem também o café processado, que tem maior valor agregado.
Ele destacou que o café produzido no país está caminhando cada vez mais para a melhoria da qualidade, o que é fundamental para agregar valor ao produto e conquistar novos mercados.
"Além da alta qualidade, o Brasil tem todos os instrumentos necessários para ser um grande polo exportador, não só de café in natura mas de blends, que são os mais demandados no mundo. Estamos trabalhando, junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para fazermos as mudanças necessárias na legislação para permitir o processamento do café no país. Um dos pontos que precisam mudar, por exemplo, se refere à importação do café de outros países para a formulação de blends, que hoje é proibida. Estamos conversando com o setor produtivo e acho que vamos conseguir, e o Brasil vai ocupar o lugar que merece, não só em produção do grão, mas também pela produção final com valor agregado", disse .
A Semana Internacional do Café segue até a próxima sexta-feira. A organização do evento é do governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Organização Internacional do Café (OIC), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores.
Veículo: Diário do Comércio - MG