Aumenta a demanda por TV de LED mais básica

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A fabricante de eletroeletrônicos Philips registrou aumento da venda de televisores cujo preço vai até R$ 1,4 mil nas duas últimas semanas e atribui este crescimento ao programa Minha Casa Melhor, do governo federal.

O volume de venda dos televisores da empresa que custam até R$ 1,4 mil (valor máximo permitido pelo programa para a compra do produto) cresceu 12,1 pontos percentuais em relação à expansão média nas dez semanas entre os dias 9 de junho e 24 de agosto.

O modelo mais vendido do segmento de TVs no período foi o de 32 polegadas Direct LED Full HD. "É o modelo de entrada da Philips televisores", diz Leonardo Guedes, responsável por inteligência de mercado dos televisores Philips.

A Philips não foi a única fabricante a sentir o impacto do Minha Casa Melhor. Segundo o Valor apurou, há cerca de duas semanas a coreana Samsung aumentou em 20% a produção de seu modelo básico de TV LED Full HD de 32 polegadas - também seu produto "de entrada". A Samsung não comenta a informação.

Lançado em 12 de junho, o Minha Casa Melhor dá aos beneficiários do Minha Casa Minha Vida uma linha de crédito especial para a compra de móveis e eletrodomésticos com taxa de juros subsidiada pela Caixa Econômica Federal. O governo informa que já liberou R$ 1,186 bilhão em crédito para os beneficiários do Minha Casa Melhor até 5 de setembro. E cerca de R$ 612 milhões já foram gastos.

O programa vai ajudar a indústria de eletrodomésticos a fechar o ano com vendas no mesmo patamar de 2012, diz Lourival Kiçula, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros). Segundo ele, as vendas do setor de linha branca fechariam 2013 em queda de cerca de 5%, mas, se as projeções dos fabricantes se confirmarem, as vendas vão se manter no nível do ano passado.

"A previsão de 5% de queda é uma estimativa feita pelo mercado. É o que o pessoal está comentando. Mas temos certeza de que o programa vai ajudar a dar uma turbinada nas vendas do segundo semestre, período mais forte para o setor."

Kiçula disse que as vendas da indústria este ano estão abaixo do nível de 2012, apesar de o setor ter começado a se recuperar a partir de julho. Ele afirmou também que, como o segundo semestre é sazonalmente o período de maior crescimento das vendas, o Minha Casa Melhor pode dar um impulso ao setor de eletrodomésticos e televisores para o Natal.

Em 2012, a indústria vendeu 14,36 milhões de televisores, 2% a mais do que em 2011. Kiçula observou que a expectativa é terminar 2013 nesse mesmo patamar. No primeiro semestre, as vendas ficaram empatadas com as registradas no ano passado.

Já Wilson Périco, presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), disse que as fabricantes de produtos de linha branca e televisores sentiram a demanda acelerar a partir de julho. Mas não é possível atribuir esse crescimento às compras feitas com o crédito do Minha Casa Melhor, disse Périco. "Não dá para saber se o crescimento é sazonal ou se é puxado pelo programa."

Périco acrescentou que o crédito subsidiado deve ter reflexo no comércio brasileiro no curto e médio prazos e que isso vai se refletir na linha de produção da indústria instalada no Amazonas. "O grande volume comercializado de TV já é de produtos que custam menos que R$ 1,4 mil [valor máximo que o programa aceita na compra de um televisor]. As mais caras têm registrado crescimento menor."

A fabricante cearense de linha branca Esmaltec, uma das principais fornecedoras de fogões do país, com venda de mais de 2 milhões de unidades anuais, não sentiu os efeitos do programa federal. De acordo com a superintendente da companhia, Annette Reeves, mesmo tendo gerado grande interesse no varejo, o "Minha Casa Melhor" não refletiu em crescimento no volume de encomendas.

"O ritmo de vendas segue abaixo do ano passado, mas podemos destacar que, no atual cenário, o maior impacto negativo vem dos aumentos de matéria-prima, como aço, plástico e químicos", informou a executiva. Ainda assim, ela acredita que o segundo semestre deve apresentar alguma melhora no volume de negócios.



Veículo: Valor Econômico


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