Varejo eletrônico já efetiva reformulações nas operações

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Se os empresários do comércio eletrônico não reformularem suas operações para que se tornem lucrativas, de nada adiantará todo o potencial de consumo nacional, que tem a perspectiva de agregar 51 milhões de pessoas até o fim do ano. Medidas como redução de equipe de trabalho, diminuição do parcelamento sem juros, extinção do frete grátis e precificação de produtos que prezam a margem e não a venda tornaram-se hoje o segredo do sucesso.

Como por muitos anos o e-commerce nacional seguiu o padrão norte-americano de negócio, com preços muito baixos e entrega sem custo, as lojas virtuais começaram a dar prejuízo. Segundo o vice-presidente de planejamento da Netshoes, José Rogério Luiz, o empresário brasileiro tem que entender que são mercados distintos. "Nos Estados Unidos, as lojas virtuais surgiram para liquidar estoques excedentes, aqui são consideradas um novo ou único canal de venda", disse o executivo da empresa que trabalha com um único segmento, artigos esportivos, e planeja abrir o capital em um futuro não muito distante, no Brasil ou nos Estados Unidos.

Com a estratégia reformulada, Luiz disse que não parou de vender e nem perdeu clientes. "Passamos a cobrar o frete e reduzimos o parcelado sem juros e nenhum consumidor deixou de comprar em nosso site". Hoje o faturamento da empresa é dividido em 60% em calçados esportivos e 40% em outros artigos.

Para Luiz, além das questões atuais que envolvem também legislação e tributação, é necessário pensar nos compradores que ainda estão por vir. "Preciso entender esse novo consumidor e saber como vamos atendê-lo".

Quem também acredita que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) é importante, e deve ser a meta de uma operação de comércio eletrônico, é o diretor de e-commerce da Ri Happy Roberto Wajnsztok, empresa do Grupo Carlyle.

Uma das primeiras iniciativas para ampliar os ganhos foi tornar o e-commerce da Ri Happy e da PBKids conhecido. "Poucos consumidores sabiam que tínhamos uma loja virtual", disse. O empresário afirmou também que o primeiro semestre foi determinante para os que querem manter a saúde das suas empresas. "As vendas não foram tão positivas. Tivemos empresas saindo do setor (Carrefour e Shoes4You)", disse.

Entre as estratégias para ampliar as vendas das duas operações on-line, Wajnsztok destacou a sinergia entre os canais de venda, avaliada por ele, como de extrema importância. "Antes era necessário a separação das operações. Hoje, devem ser reintegradas". Como sua atuação é segmentada (infantil e bebê), o executivo acredita que no segundo semestre as vendas serão ampliadas devido a duas datas sazonais.

"Temos o Dia das Crianças e o Natal. Só com a primeira queremos crescer 250% em relação ao ano passado".

Para que os planos se tornem realidade, a PBKids e a Hi Happy fazem promoções constantes, além da aplicação de desconto em pagamentos à vista. "Aumentamos nossa rentabilidade ao privilegiar essa forma de pagamento", explicou o executivo.

Outra forma de incrementar as operações virtuais das redes é a comercialização de produtos por meio do Facebook - projeto que ainda é estudado pela empresa -, mas será voltado apenas os artigos voltados ao segmento de bebês. "A venda pelo Facebook seria focada para as mães e apenas de artigos para bebês. Não caberia vender pelas redes sociais brinquedos", disse ao DCI.

Para o varejo eletrônico da Máquina de Vendas - holding dona das marcas: City Lar; Eletro Shopping; Insinuante; Ricardo Eletro e

Salfer - o pedido de retorno financeiro fez com que a empresa repensasse a forma de fazer negócio. "Logo no começo das empresas decidimos que as operações deveriam seguir separadas. Hoje a integração entre os canais se faz necessária", disse Marcelo Ribeiro, diretor de e-commerce da empresa. Segundo o executivo, algumas medidas foram cruciais na reformulação da operação. "Enxugamos a equipe e reduzimos os nossos fornecedores para facilitar as negociações; passamos a cobrar o frete e o parcelamento caiu de nove vezes para seis".

"Essa história de comprar um produto por R$ 100 e repassar ao consumidor por R$ 90 não existe mais", completou. A última medida foi não usar o dinheiro das lojas físicas, sobreviver com as vendas apenas da loja virtual.

O conceito de qualidade aliada à moda foram as estratégias da start upLema 21, marca que comercializa óculos de grau e sol. Para tornar a experiência de compra positiva, a empresa apostou em tecnologias. "Ficamos atentos a todas as ressalvas que nos fizeram. Para tornar a venda interativa e mais assertiva, disponibilizamos o espelho virtual", explicou Jonathan Assayag, sócio fundador. Além disso, a empresa futuramente pode abrir showrooms para atender melhor o consumidor. Para diferenciar-se das óticas tradicionais, a Lema 21 manda à casa do cliente quatro modelos diferentes que ajudam também na hora da compra.




Veículo: DCI


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