Oferta segue restrita e preço está acima dos custos.
Os produtores de feijão de Minas Gerias estão encerrando a colheita do terceiro período produtivo de feijão da safra 2012/13. Quem investiu no plantio do grão garantiu boa lucratividade, uma vez que a oferta do grão continua restrita e os preços, mesmo ao longo da colheita, se mantiveram acima dos custos de produção. A expectativa para o próximo período produtivo é de manutenção da área plantada, com possibilidades de ganhos em produtividade.
Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, ainda não foi divulgado o relatório com a expectativa de produção para a próxima safra, mas diante o cenário atual a aposta é de manutenção da área ocupada pelo grão, com o volume produtivo podendo variar de acordo com a produtividade.
"Com a adoção do vazio sanitário para o feijão, acreditamos que as condições da cultura serão mais favoráveis na primeira safra. Isso devido ao maior controle da mosca branca, que causa prejuízos significativos na cultura. Com a praga controlada, e dependendo do clima, esperamos ampliar a produtividade", disse.
Outro fator positivo para os produtores é que os estoques brasileiros de feijão estão com os níveis mais baixos dos últimos cinco anos. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a nova safra começa com um estoque de 156,2 mil toneladas de feijão , volume menor em 58,2%, frente aos estoques registrados no início da primeira safra de 2013, que era de 373,8 mil toneladas.
Em 2013, o consumo do feijão deve encerrar em 3,4 milhões de toneladas, enquanto a produção ficou em 2,83 milhões de toneladas. "Com a produção inferior à demanda as importações de feijão foram ampliadas, mesmo assim os estoques continuam em baixa. Este fator contribui para a sustentação dos preços em níveis rentáveis para os produtores", disse Albanez.
De acordo com o coordenador técnico regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), unidade Unaí, no Noroeste, Álvaro de Moura Goulart, os produtores já estão prontos para iniciar o plantio da próxima safra, o que deve ocorrer a partir de 25 de outubro quando encerra o período do vazio sanitário. A expectativa na região é manter a área utilizada anteriormente.
"Até o momento a intensão dos produtores é de manter o mesmo espaço que foi cultivado anteriormente. Mesmo com os preços da soja e do milho competitivos, os valores em alta pagos pelo feijão e a demanda garantida no mercado interno são fatores que mantêm os produtores na cultura", disse Goulart.
Segundo dados da Emater, mesmo em período de colheita, que já foi concluída em 97% da área cultiva na terceira safra do ano, os preços pagos pelo feijão variaram atualmente entre R$ 115 e R$ 120 na região do Alto Paranaíba, R$ 131 e R$ 150 no Triângulo Mineiro e R$ 165 e R$ 175 no Norte de Minas.
O levantamento da Conab mostra uma queda de 6,6% na área cultivada ao longo da terceira safra em Minas Gerais, fixada em 148 mil hectares. Esta redução pode ser creditada aos problemas relacionados ao controle da mosca branca, difícil e oneroso, e às condições climáticas favoráveis ao plantio do milho segunda safra que se apresentou como uma boa alternativa de uso do solo no período.
Também houve queda na produtividade média de 9,2%, estimada em 1,317 tonelada por hectare, atribuída à falta de chuvas nos meses de abril e maio, principalmente para as lavouras plantadas mais tardiamente, e que se encontravam entre as fases de desenvolvimento vegetativo e frutificação. A queda na produção deverá ser de 15,2%, comparativamente à mesmo safra do ano anterior, totalizando 194,9 mil toneladas.
Veículo: Diário do Comércio - MG