Acolheita do trigo no Rio Grande do Sul já teve início e, mais do que isso, já tem produtor com dinheiro na mão obtido a partir da venda da atual safra. Com a falta do produto no mercado, quem está com o cereal pronto para negócio deve mais é comercializar logo, recomendam especialistas como Elcio Bento, analista da Safras & Mercado. Os moinhos estão carentes do produto e, apesar de o Paraná estar sempre antecipado nesta cultura, a quebra no Estado foi grande.
– Mesmo vendendo pequenos lotes, há produtor conseguindo até R$ 850 por tonelada. Esse valor não vai se manter. Teremos boa cotação, mas não nesse patamar. E, diferentemente do que ocorreu em outros anos, moinhos catarinenses e paranaenses estão procurando o grão aqui no Rio Grande do Sul – explica Bento.
Das cerca de 2,9 milhões de toneladas previstas para serem colhidas no Paraná não devem sobrar mais do que 1,7 milhão, estima Elcio, e com perda na qualidade. A temporada está mesmo para o trigo gaúcho, mas vale lembrar que o clima ainda pode impor perdas se a chuva não se mantiver distante nos próximos dias. Presidente da Fecoagro, Rui Polidoro recomenda que, antes de vender, o produtor tenha claro qual foi seu custo e imponha como meta obter pelo menos 30% de rentabilidade. É por isso que a venda rápida pode ser positiva. Em geral, a comercialização feita logo após a colheita é para compradores locais, o que elimina parte do custo logístico.
Na Cotrijui, sediada em uma das regiões que mais produzem trigo no Estado, a Noroeste, cerca de 300 toneladas já passaram pelas unidades de Ijuí, Joia e Tenente Portela. De acordo com Uilson Doneda, assessor-executivo da cooperativa, a comercialização via Cotrijui está sendo feita em parceria com a Nidera Sementes, uma das credoras da cooperativa:
– Os produtores que estão entregando nas nossas unidades recebem acima de R$ 40 a saca.
Pelo bom momento, o trigo está justificando ainda mais, neste ano, o tom dourado que traz aos campos gaúchos.
Veículo: Zero Hora - RS