Volume máximo não passará de 6,5 milhões de toneladas
A produção de milho em Minas Gerais deve ficar pelo menos 3,5% menor no ano-safra atual, rendendo um volume máximo de 6,5 milhões de toneladas. Além da concorrência com a soja e o feijão, que estão com demanda aquecida e preços mais lucrativos, a infestação das áreas plantadas com o cereal pela helicoverpa armígera é uma das maiores preocupações para o desenvolvimento e rendimento da cultura.
Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), unidade Unaí, Reinaldo da Silva Martins, na região Noroeste do Estado a área plantada que em 2012/13 era de 26 mil hectares, foi reduzida para 18 mil hectares, queda de 30,76%.
Até o momento, o plantio já foi concluído em 70% da área. Devido às chuvas escassas, a implantação da cultura do milho em Unaí está um pouco atrasada e deve se estender até início de dezembro. Mesmo com a estiagem, a cultura vem se desenvolvendo dentro do esperado.
"A área destinada à produção na safra 2013/14 foi significativamente reduzida, devido aos produtores terem optados por outras culturas, como o milho e o feijão, que estão com preços mais elevados que os do milho. A tendência é que a segunda safra de milho seja ampliada, já que o uso das sementes de soja precoce é maior", disse.
Um dos desafios para os produtores no período atual é o combate da lagarta helicoverpa, que vem infestando as culturas e causando prejuízos.
"A maior preocupação na região está relacionada à infestação da helicoverpa armígera, que causa prejuízos enormes às culturas e tem difícil e oneroso controle", disse Martins.
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2013/14, a competição por área entre soja, feijão e milho, tem ocorrido em desfavor do cereal.
A migração entre as culturas é promovida, dentre outras razões, pelos resultados positivos observados na comercialização da oleaginosa, que possui maior liquidez e preços. Além disso, os custos de produção da lavoura de milho são maiores. No caso do feijão, a demanda maior que a oferta e os preços valorizados também têm despertado o interesse dos produtores.
A previsão é que o Estado produza entre 6,3 milhões e 6,5 milhões de toneladas do cereal, retração que ficará entre 7,5% e 3,5%, respectivamente, quando comprado com o volume de R$ 6,8 milhões de toneladas produzidos na safra anterior.
A área de plantio, estimada entre 1 milhão e 1,1 milhão de hectares, também está menor, com a redução podendo chegar até 7,5%. A produtividade da cultura deve ser mantida no período, com rendimento médio de 5,9 toneladas por hectare.
Os preços da saca de 60 quilos do cereal, na região de Unaí, estão em torno de R$ 27, enquanto os valores do feijão estão próximos a R$ 170 e a cotação da soja gira em torno de R$ 65.
Veículo: Diário do Comércio - MG