A disputa pela compra da Melhoramentos está chegando à etapa final. A centenária empresa, que foi colocada à venda em 2008, em um processo coordenado pelo Banco Bradesco, está sendo cobiçada pela brasileira Santher e a chilena CMPC, segundo apurou o Valor.
O valor desse negócio poderia chegar a R$ 400 milhões.
Segundo fontes, os controladores estão avaliando as últimas propostas. A Santher continua na negociação, mas teria reduzido seu apetite depois que decidiu adiar por um tempo indeterminado o início da operação de uma nova máquina em razão da crise. A CMPC, que importa papéis do Chile, não possui ativos relevantes no Brasil.
A aquisição daria fôlego para competir com as líderes do mercado, como a Kimberly-Clark e a própria Santher.
Não é de hoje que as famílias Weiszflog, Plöger e Velloso procuram uma saída para a Melhoramentos, que só tem acumulado prejuízos nos últimos anos. Sua participação no varejo tem sido reduzida, tendo abandonado o mercado do Nordeste.
A empresa, fundada em 1890, possui uma marca forte, presença no segmento de lenços, guardanapos e papel higiênico, além de alguns ativos valiosos - suas florestas estão próximas a Grande São Paulo na região de Caieiras (SP). Procurada, a Melhoramentos não quis comentar o assunto, mas lembrou que tem avaliado diversas alternativas, que inclui eventual alienação de ativos ou de unidades de negócios - mesma declaração dada em maio de 2008 à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Santher também não quis comentar o assunto. Não foi localizado nenhum representante da CMPC.
Veículo: Valor Econômico