A expectativa do comércio é vender mais neste Natal do que nas festas de 2012. Ainda assim, o momento atual do setor é relativamente fraco, e essa constatação pesou para que a confiança dos empresários varejistas registrasse queda. O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 5,2% no trimestre encerrado em novembro, em relação a igual período do ano passado.
O resultado significa uma evolução desfavorável no indicador, que ainda não conta com uma série ajustada sazonalmente (que possibilitaria analisar a evolução da confiança mês a mês). Nos três meses até outubro, a variação havia sido de -3,9% no mesmo tipo de comparação.
"O quadro é de um ritmo moderado de crescimento", afirmou o economista e superintendente de Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. A melhora observada no terceiro trimestre, segundo o economista, foi revertida para uma nova tendência de queda no 4º trimestre. "A confiança perdeu fôlego", disse.
O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 9,8% no trimestre até novembro, contra -5,6% no trimestre até outubro. A piora é generalizada entre os setores, tanto no atacado quanto no varejo restrito e no ampliado (que inclui veículos e de material de construção). A aceleração da inflação e a perspectiva menos favorável do crédito (com juros mais altos) e da renda foi o que contribuiu passa essa deterioração. Em novembro deste ano, 18,9% dos empresários apontaram o nível atual da demanda como fraca. Esse porcentual era de 12,8% em igual mês de 2012.
Expectativas - Na contramão, o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 2,1% no trimestre até novembro, sobre igual período de 2012. No trimestre até outubro, o resultado havia sido de -2,9%, na mesma base de comparação. "Isso reflete otimismo, ainda que moderado, para o período natalino", analisa Campelo.
A previsão de criação de emprego no setor (ainda que temporário) também sustenta esse otimismo para o futuro próximo, acrescentou "As expectativas estão muito parecidas com as do ano passado, apesar de a economia estar em desaceleração. Isso, de certo modo, é favorável".
Setores de informática, perfumaria, móveis e eletrodomésticos esperam ampliar as vendas. Já o segmento de supermercados, de acordo com Campelo, não está confiante frente à aceleração da inflação nos últimos meses, que tem aumentado a incerteza dos empresários sobre a demanda e a margem de lucro.
No setor automotivo os empresários também demonstraram perda de confiança em relação aos próximos meses. "As concessionárias de automóveis mantêm expectativas menos favoráveis, possivelmente em decorrência das incertezas em relação ao impacto da eventual retirada dos estímulos fiscais", explicou Campelo, referindo-se à recomposição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prevista para o início do ano que vem.
Veículo: Diário do Comércio - MG