A Unilever, segunda maior fabricante mundial de produtos de consumo, pretende reduzir em pelo menos 10% sua linha de produtos até o fim do próximo ano, em um momento em que tenta conter custos.
A empresa já cortou 20% de suas unidades de manutenção de estoques e quer diminuir a carteira de produtos entre 10 % e 20% no ano que vem, disse Pier Luigi Sigismondi, diretor de cadeia de suprimentos da Unilever. Uma unidade de manutenção de estoques difere de uma marca pelo fato de muitas variedades de produtos poderem ser vendidas sob o mesmo selo.
A Unilever vem diminuindo seu número de marcas desde a virada do século, quando lançou o programa Caminho para o Crescimento. A estratégia reduziu o número de marcas vendidas pela empresa anglo-holandesa de 1,6 mil para cerca de 400. A companhia tentou se concentrar em suas maiores marcas como o sabonete Dove e o sorvete Magnum.
A Unilever pretende também diminuir a equipe de marketing em 12%, informou o diretor financeiro, Jean-Marc Huet. A empresa tem cerca de 7 mil funcionários na área de marketing. O principal executivo, Paul Polman, declarou na semana passada que a desaceleração da economia nos mercados emergentes chegou para ficar. Mais da metade da receita da empresa vem de países como Índia e China e que a perda de velocidade da expansão nessas regiões será sentida nas vendas do segundo semestre.
Investidores ativistas poderão começar a assumir posições com os papéis e defender um desmembramento, para liberar valor oculto, disse Pablo Zuanic, analista da Liberum Capital, em nota divulgada quarta-feira.
O analista da Liberum Capital defende a venda de todas as linhas de alimentos, que incluem as sopas Knorr e a maionese Hellmann's, e a manutenção, apenas, da linha de sorvetes.
Veículo: Valor Econômico