Atividade recuou 0,1% no acumulado dos 12 meses até outubro, de acordo com o IBGE
A produção industrial em Minas Gerais recuou 0,1% no acumulado dos 12 meses encerrados em outubro, resultado bem diferente da média nacional, que registrou expansão de 1% no mesmo período, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira vez, desde dezembro de 2012, que o indicador ficou negativo no Estado nessa base de comparação. Diante disso, as projeções apontam para retração da atividade em Minas Gerais no fechamento deste exercício.
Entre janeiro e outubro, a queda no Estado foi maior ainda, de 0,8%, enquanto que no Brasil foi verificado crescimento de 1,6% na mesma base de comparação. Já quando se confronta a produção de outubro com a de setembro, Minas Gerais apresenta elevação de 1,8%, enquanto que no país a alta foi de apenas 0,6%. Esse é o terceiro mês consecutivo no qual o Estado apresenta expansão na produção mensal dessazonalizada. Porém, como no mês de fevereiro houve uma queda de 11,1%, a média do ano permanece em baixa.
Segundo o analista do IBGE em Minas, Antônio Braz, o que demonstra uma tendência de resultado negativo no fechamento deste ano é a queda de 0,1% no acumulado dos 12 meses até outubro. "Levando-se em conta os resultados apresentados até agora, a tendência é que o Brasil fique com um crescimento abaixo dos 2%, já que o acumulado de 12 meses no país apresenta alta 1%. Já em Minas Gerais deve ser negativo", afirma.
O economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Paulo Casaca, concorda que existem fortes chances de a indústria mineira fechar 2013 com uma "produção negativa". Segundo ele, o que faz com que o Estado sofra mais do que o país é o maior peso de alguns segmentos que não estão bem na economia mineira, como mineração, siderurgia e produção de veículos automotores.
A indústria extrativa de Minas apresentou queda de 5,4% no acumulado deste ano e de 3,8% em 12 meses. Já a de transformação ficou em estabilidade no ano e cresceu 0,6% em 12 meses. E o que pesou muito no comportamento da extrativa foi o mau desempenho do minério de ferro, segundo o consultor e presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), José Mendo Mizael de Souza.
"Primeiro, como choveu muito, foi difícil transportar e embarcar o minério. Depois a China, maior demandante, passou a consumir menos, o que impactou fortemente na produção mineira", afirma. A situação econômica adversa vivida ao longo do ano pelos Estados Unidos e Europa também pesou sobre o resultado.
A produção de produtos de metal caiu 6,3% neste ano e 5,8% em 12 meses. Veículos automotores, que teve um primeiro semestre positivo, está com uma queda de 2,5% nos dez primeiros meses de 2013 e alta de 0,3% em 12 meses. Para bebidas, o acumulado do ano no Estado ficou negativo em 4,8% e em 12 meses em 4%. Do outro lado, os destaques positivos ficaram por conta dos setores de máquinas e equipamentos, que cresceu 19% no ano; refino de petróleo e álcool (+8,1%); de alimentos (+6,4%); e o têxtil (+4,5%).
Veículo: Diário do Comércio - MG