Safra de uva, ameixa, melão e figo, aberta ontem, em Porto Alegre, é responsável por cerca de metade da produção
Com previsão de colheita acima de 2 milhões de quilos, foi aberta ontem, em Porto Alegre, a colheita de uva, ameixa, melão e figo da Capital. A soma destas culturas representa metade do previsto para a safra da fruticultura do município, que deve fechar em 4 milhões de quilos, se forem incluídas outras frutas como o pêssego, que teve sua abertura oficial em novembro do ano passado, além de morango, pera, nectarina e goiaba.
A solenidade de abertura da colheita, promovida pela Divisão de Fomento Agropecuário da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) e Sindicato Rural de Porto Alegre, ocorreu na propriedade da família Moresco, na zona Sul da Capital. Em nove hectares de terras, plantou cinco com figo, ameixa e uva. “Tudo depende do clima agora. Se ficar seco ou se chover demais, temos quebra na produção. Mas pelo que temos sentido até agora e pelas previsões, teremos uma boa safra”, afirma o produtor Guilherme Moresco.
Considerada a principal atividade agrícola da Capital, a fruticultura foi beneficiada pelo clima do último inverno, que teve temperaturas abaixo de sete graus. O fato possibilitou o aumento do metabolismo das árvores frutíferas, resultando na qualidade superior e na maior produtividade. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Porto Alegre, Cléber Vieira, os últimos anos têm sido de crescimento na produção de frutas, exceto na uva, que está estagnada, mas já existem projetos para retomada.
A maior parte desta produção é comercializada para o consumidor de Porto Alegre, seja por meio de feiras no Centro da Capital ou nas redondezas da zona Sul. “Isto impede que produtores acabem indo para a Ceasa e tenham concorrência com os grandes atacadistas. Por isso, é importante o contato direto com o consumidor, com o qual podemos fazer um preço diferenciado”, completa Vieira.
Uma das preocupações da prefeitura de Porto Alegre é com a mudança do Plano Diretor da cidade. O objetivo é devolver a denominação de áreas rurais para os locais de produção agropecuárias do município. Hoje estas áreas são denominadas como áreas rururbanas, o que dá margem para o aumento da especulação imobiliária na região. O prefeito José Fortunati ressalta que um grupo de trabalho formado por representantes da prefeitura, moradores das localidades e produtores rurais está finalizando um novo projeto de reformulação do Plano Diretor, que deve ser enviado ainda no primeiro trimestre deste ano para apreciação dos vereadores. “Esta denominação cria mecanismos legais para incentivar a atividade primária em Porto Alegre”, explica o prefeito.
No sábado, dia 11 de janeiro, às 10h, será aberta a comercialização das frutas para a comunidade. A 23ª Festa da Uva, Ameixa, Melão e Figo será realizada junto à praça Nossa Senhora de Belém Velho. A feira retorna ao local original depois de três anos sendo realizado na Vila Nova. O evento será realizado nos dias 11, 12, 18 e 19 de janeiro, das 9h às 20h. A expectativa é de comercializar 45 toneladas.
Veículo: Jornal do Comércio - RS