No ano passado, o volume de leite recebido por laticínios e cooperativas do país subiu 10,2% sobre 2007, de acordo com o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea/Esalq. Esse é o maior índice registrado desde 2004, quando o levantamento foi iniciado.
Apesar desse desempenho, o pesquisador Gustavo Beduschi, do Cepea, observou que o avanço da captação se deu no primeiro semestre de 2008, quando os preços do leite estimulavam os produtores a reforçar a alimentação do rebanho para elevar a oferta.
Só no primeiro semestre de 2008, o ICAP-L/Cepea registrou captação 23,6% maior que a de igual período de 2007. Já a partir de julho, a captação perdeu fôlego por conta do recuo dos preços dos leite, segundo ele. Com isso, a captação do segundo semestre foi 0,77% menor que a do mesmo período de 2007. Apenas em dezembro, o índice recuou 7% sobre o mesmo mês de 2007, conforme o levantamento do Cepea.
De acordo com a instituição, os aumentos de volumes de leite têm sido pequenos nos principais Estados produtores nesta época que é tipicamente de recuperação da oferta. O preço do leite e os custos dos grãos desestimulam os produtores a investirem mais na alimentação, mas as chuvas têm beneficiado as pastagens, segundo análise do Cepea.
Nesse quadro, o preço médio pago aos produtores em janeiro (pelo leite entregue em dezembro) ficou praticamente estável em relação o mês anterior. Segundo o Cepea, o preço médio no país (considerando cotações em sete Estados produtores) foi de R$ 0,5969 por litro. No pagamento de dezembro, a média foi R$ 0,5908.
A expectativa é de que os preços permaneçam estáveis no curto prazo, de acordo com Beduschi, já que o mercado está equilibrado. Entre as indústrias consultadas pelo Cepea, 75% acreditam em estabilidade de preço, 15% em alta e 10% em recuo, segundo o pesquisador.
Veículo: Valor Econômico