O preço dos gêneros essenciais de alimentação da cesta básica aumentou em 16 das 18 capitais apuradas pela pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgada na última sexta-feira. As cidades onde houve maior aumento em março foram Campo Grande (12,85%), Goiânia (12,61%) e Porto Alegre (12,52%).
As únicas quedas deram-se em Manaus (-1,25%) e Belo Horizonte (-0,41%). O maior valor da cesta básica em março foi o de Porto Alegre, com R$ 356,17. O segundo lugar ficou com São Paulo, com R$ 351,46, seguida por Florianópolis, R$ 345,63, e Rio, R$ 345,11. Já os menores valores foram os de Aracaju, R$ 225,82, João Pessoa, R$ 263,17 e Natal, R$ 271,31.
As maiores variações no primeiro trimestre de 2014 ficaram por conta de Goiânia, 12,88%, Brasília, 11,49%, Campo Grande, 9,43% e Rio de Janeiro, 9,38%. As retrações aconteceram em Belo Horizonte e Natal. O Dieese ainda apurou que, com base nos preços da cesta básica em Porto Alegre, o salário mínimo do trabalhador que sustenta uma família de quatro pessoas para suprir gastos com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, deveria ser de R$ 2.992,12, mais de quatro vezes o valor atual estabelecido em R$ 724,00.
Houve aumento em relação a março de 2013, quando essa quantia estava em R$ 2.824,92. Na época, o mínimo valia R$ 678,00. Já a quantidade de renda comprometida do salário mínimo para a compra dos insumos básicos, que estava em 43,73% em fevereiro, subiu para 46,27% em março.
Na capital paulista, houve aumento de 8,03% no preço da cesta básica em março. No primeiro trimestre de 2014, a alta foi de 7,04%. E na comparação com março de 2013, o aumento foi de 4,52%.
Pesquisa CNI
O medo do desemprego cresceu entre os brasileiros, conforme revela a pesquisa Termômetros da Sociedade Brasileira, divulgada nesta sexta-feira, 4, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os dados do levantamento mostram que, entre dezembro de 2013 e março de 2014, o índice cresceu 0,8%, saindo de 73 para 73,6 pontos. Na comparação com março do ano passado, o aumento chega a 6,7% em todos os cortes da pesquisa (considerando idade, gênero, grau de instrução, renda familiar, condição e região).
A exceção é o Nordeste do País, onde o índice ficou estável (com queda de 0,1%). O medo de ficar desempregado é ainda maior entre os que têm renda superior a 10 salários mínimos (14,2%) e menor entre os que ganham até 1 salário (3%).
O Índice de Satisfação com a Vida (ISV) também apontou um recuo no último mês de 1,0% na comparação com o levantamento feito em dezembro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi maior, de 2,2%. Só as famílias com renda até 1 salário tiveram aumento no índice (1,4%), uma tendência que vem crescendo junto a fatia mais carente da população.
A pesquisa foi realizada pelo Ibope Inteligência entre 14 e 17 de março. Foram entrevistadas 2002 em 141 municípios.
Veículo: DCI