Empresa aposta nas marcas próprias das grandes redes supermercadistas
A confiança no mercado de marcas próprias, que é uma linha sob medida para a comercialização por grandes redes, e o crescimento do setor supermercadista em taxas acima da economia brasileira são duas condições que favorecem os negócios da Emifor Indústria de Alimentos.
Com matriz em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a empresa inaugurou na última segunda-feira uma unidade em Pirapora, no Vale do São Francisco, no Norte de Minas, para fabricação de uma nova linha, destinada aos supermercados que querem comercializar produtos com marca própria, como pipoca e batata palha. Os investimentos somaram R$ 12 milhões e a expectativa é de incremento nas vendas de cerca de 10% neste ano.
Segundo o diretor comercial Zanone Campos, a projeção de crescimento deve-se tanto aos novos produtos a serem fabricados em Pirapora, expandindo o seu mercado, quanto pela perspectiva de ampliação de um nicho que tem sido muito promissor para a Emifor: o de marcas próprias.
São clientes da empresa redes de supermercados como Walmart, Martins, Carrefour, Pão de Açúcar, Padre Vito, o atacarejo Mar de Minas, entre outros, que consomem produtos como leite em pó, amido de milho e achocolatados, que são comercializados no varejo com as suas próprias marcas. "Somos embaladores de produtos. Compramos a granel e fracionamos", explica Campos.
Há dez anos no mercado, a Emifor deve boa parte de seu crescimento ao segmento de marcas próprias, que hoje responde por 60% a 70% de seu mercado. "Crescemos 645% entre 2006 e 2007, que foi o ano em que entramos nesse nicho", informou.
Além de marcas próprias, a empresa atua em outros três segmentos: no industrial, para atendimento de restaurantes, hotéis, sorveterias e cozinhas industriais com fornecimento de leite em pó e cacau, entre outros; no de food service e também no varejo, com produtos próprios como o Nutricon e o Integrale, refresco em pó, café com leite e gelatina. A Emifor atua principalmente na região Sudeste, com alguma presença também no Centro-Oeste, no Norte e Nordeste do país.
Expansão - Em Pirapora, o objetivo é produzir uma nova linha de produtos, que será destinada ao segmento de marcas próprias. A fábrica tem 20 mil metros quadrados, sendo 9 mil m2 de área construída, e oito linhas de produção, com possibilidade de expansão ainda neste ano.
Além de pó para refresco, chocolate em pó (Chocopinho) e amido de milho (Milhena), também serão fabricados mistura para mingau, gelatina em pó, batata palha, fermento químico e pipoca para microondas, totalizando 150 toneladas por mês. Segundo informou a presidente da empresa, Beatriz Helena Stein Mundim, na inauguração da fábrica, a expectativa é de um incremento no faturamento de R$ 60 milhões por ano.
Entre os motivos para a escolha do município, há cerca de dois anos, para a instalação da unidade, Campos destaca "a mão de obra abundante e o apoio dos governos municipal e estadual" ao empreendimento. Outro benefício são os incentivos fiscais da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
"O DIÁRIO DO COMÉRCIO teve uma participação nessa história", pontuou. Segundo ele, o então secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, leu uma matéria no jornal informando sobre a intenção da empresa de instalar a nova unidade em Goiás. "A partir deste momento, começamos os entendimentos para ficar em Pirapora", lembrou.
As projeções são positivas. Segundo ele, o mercado de marcas próprias tem ainda muito potencial de crescimento no Brasil. Enquanto na Europa a participação é de 48% do varejo, no Brasil representa 5%. "Mas a base está aumentando", observou Campos, ressaltando que o incremento não é tão modesto quanto possa parecer. No Brasil, o faturamento deste segmento chega a R$ 10 bilhões ao ano, enquanto o varejo alcança R$ 207 bilhões.
Veículo: Diário do Comércio - MG