Retração acumulada no último bimestre atingiu 30% na comparação com idêntico intervalo do ano passado
Nádia de Assis
As revendedoras de pneus para carros de passeio, máquinas e caminhões reclamam dos prejuízos acumulados durante a Copa do Mundo. Segundo o Sindicato das Empresas de Revenda e Prestação de Serviços de Reforma de Pneus e Similares do Estado de Minas Gerais (Sindipneus), a retração acumulada no último bimestre atingiu 30% na comparação com idêntico intervalo do ano passado. A queda também está relacionada à desaceleração da economia e ao índice mais elevado de endividamento do consumidor.
Segundo o presidente do Sindipneus, Paulo Bitarães, os resultados estão abaixo da média desde o início do ano, mas a situação se agravou nos últimos dois meses. Ele ainda demonstra pouco otimismo quando o assunto é um melhor desempenho no restante deste exercício. "Este é também um ano de eleições, o que interrompe obras e compromete grande parte do setor", argumenta.
Ele acrescenta que a comercialização de pneus não depende de estratégias de venda pois, neste caso, o que leva o consumidor a comprar é a necessidade e não o impulso, ao contrário de outros bens de consumo. Conforme Bitarães, o mercado deve reagir somente quando os indicadores econômicos melhorarem. "Se a economia está aquecida, o país transporta, as pessoas viajam mais. Logo, a procura pelos pneus aumenta", conclui.
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Revenda - O clima é de pessimismo na revendedora Pneusola, com 22 unidades espalhadas pela capital mineira e municípios da região metropolitana, onde são comercializados pneus para carros de passeio, máquinas e caminhões. De acordo com o diretor, Renato Antônio Costa, o endividamento em alta motiva os clientes a adiarem ao máximo a troca dos pneus. Ele acrescenta que a longa estiagem, que reduz o desgaste dos pneus, também ajudou a prejudicar as vendas.
Costa salienta que, tradicionalmente, as vendas melhoram a partir de outubro, devido à chegada da estação chuvosa e proximidade das férias de verão. Assim, ele espera encerrar 2014 com incremento de até 5% sobre 2013 e, com isso, reverter parte da retração acumulada durante os primeiros meses do ano e, sobretudo, durante o período da Copa. Contudo, ele pondera que as mesmas dificuldades observadas neste ano devem persistir em 2015.
A Toc Pneus, no bairro Calafate (região Oeste), especializada apenas em pneus para veículos de passeio, é mais otimista e estabelece perspectivas mais positivas para 2014. Segundo o diretor, Jorge Oni Peixoto, embora as margens de lucro estejam mais apertadas, a empresa conseguiu repetir índices semelhantes aos do ano passado na primeira metade deste exercício. Peixoto também projeta crescimento neste ano na comparação com 2013. "Os negócios tendem a melhorar muito no segundo semestre, principalmente em função das chuvas", enfatiza.
Veículo: Diário do Comércio - MG