Daniela Maciel
Apesar dos resultados do período da Copa do Mundo terem ficado abaixo do esperado, o setor de moda casa espera recuperar o nível de negócios no segundo semestre. O período começa com a realização da 49ª edição da House & Gift Fair e da 6ª edição da Têxtil House Fair, entre os dias 16 e 19 de agosto, em São Paulo.
Segundo o diretor de marketing e novos negócios da Cromus, fabricante de embalagens e artigos sazonais, Luís Brancher, já é hora de pensar em 2015. "No nosso caso, o efeito da Copa foi positivo. Desenvolvemos, em 2013, uma linha especial para ser lançada na época dos jogos que foi muito bem recebida. Antecipamos o planejamento sabendo que 2014 seria um ano diferente e agora já estamos pensando no ano que vem", afirma Brancher.
No comando da importadora de utilidades domésticas e decoração Rojemac, o empresário Marco Candi reclama do grande número de feriados durante a Copa. "Está certo que os turistas não vieram para comprar utilidades domésticas, mas os dias parados impactaram o setor além do esperado", reclama Candi.
O mesmo aconteceu com quem trabalhou com produtos licenciados, como a Camesa. Segundo o diretor a empresa, Alberto Hakim, "a Copa não foi boa". "O público desconfiado no início não foi às compras e, para nós, o resultado foi tão ruim como para o resto do varejo", acrescenta Hakim.
Estratégia - Para vencer dificuldades, como a alta carga tributária e a falta de mão de obra especializada, uma saída possível é investir em automação. " hora de apostar em processos. um investimento caro e demorado, porém imprescindível. Precisamos também de linhas de financiamento próprias e diminuir a burocracia", aponta o diretor.
Já na opinião do diretor da Tapetes São Carlos, Guilherme Gomes, a especialização é um bom caminho. "Uma boa estratégia é investir em nichos de mercado e apostar em alta produtividade, abrindo mão de grandes volumes. De outro lado, construir um bom e-commerce também é importante. A internet é um canal de vendas crescente e funciona especialmente como catálogo. O consumidor pesquisa na rede para comprar nas lojas. Não podemos não oferecer esse serviço", explica Gomes.
A força do setor, porém, tem incentivado a constituição de clusters de segmentos específicos. Em Inhumas, no interior de Goiás, cidade com cerca de 50 mil habitantes, o polo têxtil, com produção voltada para artigos de cama, mesa e banho, emprega 2 mil pessoas, distribuídas em 170 empresas.
De acordo com o representante de Inhumas, Beto Lemes, a institucionalização do polo, há quatro anos, já mudou o cenário da região. "Depois que o polo se tornou realidade, a região tem recebido investimentos como a construção de dois hotéis e vários restaurantes. A mão de obra também está recebendo qualificação e uma unidade do Senai (Serviço nacional de Aprendizagem Industrial) foi instalada na cidade. Tudo isso mostra a força do setor, porém é um processo que está no início e precisamos de mais divulgação", destaca Lemes. (DM)
Veículo: Diário do Comércio - MG