A comercialização da safra de café do Brasil 2014/15 (julho/junho), que está em período final de colheita, está em 44% da produção total estimada, até 12 de setembro. O dado faz parte de levantamento de Safras & Mercado. Com isso, já foram comercializados pelos produtores brasileiros 21,76 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de uma safra 2014/15 de café brasileira de 48,9 milhões de sacas.
Na média dos últimos cinco anos, a comercialização da safra neste período está em 38%. Portanto, as vendas estão adiantadas neste ano. Houve avanço de seis pontos percentuais na comercialização da safra 2014/15 em relação ao mês de julho.
"As vendas internas andaram em um ritmo mais compassado no último mês. O produtor tem mostrado a cara somente quando o mercado dá algum repique para cima (nos preços), retraindo-se na seqüência", aponta o analista de Safras & Mercado Gil Barabach.
Esse comportamento tira um pouco da fluidez dos negócios e passa a sensação de poucas vendas, ainda mais em um período de entrada de safra. "O produtor adota essa estratégia buscando aproveitar as oportunidades altistas para diluir suas posições, tentando elevar o seu preço médio de venda", comenta.
Assim, quando na Bolsa de Nova York, o café arábica rompeu a linha de 200 cents, apareceram mais vendedores e a comercialização ganhou com mais intensidade. Mas, o preço depois caiu e o produtor sumiu, esvaziando o mercado, novamente.
Comprometimento - "Apesar disso, o comprometimento é maior do que em igual período do ano passado e também acima da média dos últimos cinco anos. Isso é fruto do bom volume de vendas antecipadas ao longo dos primeiros meses do ano, especialmente a partir do final de março, quando o café passou a ser negociado acima de R$ 400 a saca, recebendo novo impulso quando venceu a linha de R$ 500 a saca", avalia.
O analista de Safras destaca que houve casos de produtores que venderam café para entrega agora em setembro a R$ 560,00 a saca, enquanto outros venderam a safra de 2015 a R$ 600,00 a saca. "Essa venda antecipada tira a pressão da entrada de safra, aliviando o efeito sazonal e gerando a sensação de entressafra em plena safra", avalia.
Porém, só um bom fluxo antecipado de negócios justifica a tranqüilidade de caixa dos produtores, como também, o elevado fluxo de embarques nesse começo de temporada, conclui o analista.
Veículo: Diário do Comércio - MG