A indústria mineira de alimentos congelados Forno de Minas quer atingir faturamento neste ano ao redor de R$ 200 milhões, avanço de cerca de 35% ante o montante bruto de R$ 148,3 milhões do ano passado. No ano até agosto, o faturamento da companhia soma R$ 134,6 milhões.
"2014 está sendo surpreendente para a Forno de Minas. Nosso Ebitda já está 18% acima da meta. Estávamos com medo de que a Copa do Mundo repetisse o momento ruim da Copa das Confederações do ano passado, mas o resultado foi muito positivo", disse a diretora de Recursos Humanos e comunicação da Forno de Minas, Hélida Mendonça, no 2º Seminário Mineiro de Governança Corporativa, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC) e Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Ela, que é filha de Dalva, a dona da receita do pão de queijo vendido pela companhia, disse que, no ano passado, por conta das manifestações de rua, a empresa não conseguia receber matéria-prima nem as pessoas conseguiam chegar para o seu turno e às vezes não era possível fazer as entregas. "Chegamos a ter prejuízo na época", afirmou.
Atualmente, a capacidade de produção da empresa é de 3.020 toneladas de produtos por mês. No ano passado foram 14.231 toneladas fabricadas e para este ano, a empresa deve atingir a produção de 19 mil toneladas, sendo 90% de pão de queijo. Até agosto, a empresa fabricou 11.759 toneladas. Para 2015, Hélida está otimista. "Temos muito o que crescer, tanto no Brasil quanto no exterior."
De 2011 a 2013, a empresa investiu R$ 20 milhões em expansão de unidades, compra de equipamentos para panificados e desenvolvimento de soluções em congelados, principalmente para food service, mercado que, segundo a executiva, tem potencial de crescimento. Recentemente, a empresa criou uma linha de massas especificamente para o segmento de food service, com quiche, tartelete e pastel de forno. "Hoje, estamos colhendo os frutos dos nossos investimentos. Com a Copa olhamos mais para os hotéis, lanchonetes, restaurantes, cafeterias", disse, sem revelar qual é o valor dos aportes para este ano.
A participação de mercado da empresa, que é líder no segmento de pão de queijo, é de 48% nos supermercados nacionais (dados ACNielsen de agosto). "Nossos concorrentes principais são as marcas próprias dos supermercados", disse. A Forno de Minas exporta para Estados Unidos, Canadá, Portugal, Uruguai e Chile e quer ampliar suas vendas para o Oriente Médio. "Nós já temos a certificação Halal (para mercados islâmicos)", disse.
Para suprir a demanda por queijo, principal matéria-prima utilizada pela companhia em seus produtos - pelo volume e qualidade, a empresa chegou a importar queijo -, a Forno de Minas, em 1995, comprou um laticínio em Conceição do Pará, interior do Estado, que hoje é a Laticínios Condessa. O laticínio tem uma produção de 550 toneladas de queijo por mês. O excedente de produção é vendido a clientes como Kraft Foods, Kerry Foods, Polenghi, Cargill e Dr. Oetker.
Com relação a uma abertura de capital, Hélida disse que está nos planos da companhia, mas não sabe quando. "Já progredimos, mas a empresa tem muito mais para crescer, teríamos que estar em outro nível para abrir o capital. Então, ainda estamos longe disso. Mas também tudo depende do mercado e sei que hoje o mercado não está favorável para um IPO. Nem é o momento para nós", disse.
Veículo: A Tarde - BA