O descompasso entre o crescimento da indústria e o do varejo têxtil nos últimos cinco anos ficou em 6,3 pontos percentuais em média.Enquanto o faturamento das fabricantes avançou em uma média anual de 6,7%, o do comércio varejista se expandiu em 13,2%.
Os dados são de pesquisa encomendada a FGV Projetos (assessoria técnica da fundação) pela Abvtex (associação do varejo têxtil).O estudo mostra ainda que a indústria, apesar de trabalhar com cerca de 85% de capacidade instalada, não consegue atender a demanda.
"Trabalhamos também com importações, mas nossa grande fornecedora é a fabricante nacional", afirma o diretor-executivo da entidade, Sidnei Abreu.Os desembarques representam hoje 9,4% do mercado (4,9% no segmento têxtil e 14,3% no de vestuário). Um incremento de 5% na produção de peças de roupas reduziria a necessidade de comprar itens de outro país em 22%.
"As importações não têm a velocidade de fornecimento necessária. Com os 'fast fashion', precisamos colocar a roupa no ponto de venda o mais rápido possível. A indústria nacional precisa dinamizar sua produção."Para atender o comércio as confecções precisariam de mais investimentos. Em 2013, eles ficarem em R$ 820,9 milhões -aproximadamente 30% do total aportado pelos varejistas no mesmo período.
A Abvtex defende desoneração e simplificação da carga tributária paga pelas confecções para que elas ampliem seus investimentos."Reforçamos esse pleito da indústria, já que o estrangulamento de um elo da cadeia afeta todo o setor."
Veículo: Folha de S. Paulo