A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou ontem que o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou taxa de 0,49% na terceira quadrissemana do mês. O resultado foi idêntico ao da inflação da segunda leitura do mês, mas contou com mudanças entre os grupos do indicador.
Entre a segunda medição do mês e a terceira, cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação, Habitação, Saúde e Cuidados Pessoais, Vestuário e Despesas Diversas. Do outro lado, os grupos Alimentação, Transportes e Comunicação apresentaram desaceleração de alta em suas taxas.
O coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, afirma que a FGV continua a trabalhar com a projeção entre 0,50% e 0,55% para o índice no encerramento do mês, em função da pressão de alta específica de alguns itens da Alimentação.
Para Picchetti, o grande fator que ainda mantém a expectativa de uma eventual aceleração para o fim de outubro é o tomate. Na terceira quadrissemana do mês, o produto subiu 20,21% e foi o líder do ranking de pressões de alta. "É aquela história de sempre. Temos laticínios e carnes bovinas desacelerando, mas temos Hortaliças e Legumes, na contramão, por causa do tomate", comentou, e ressaltou que a parte restante de in natura tem vários exemplos de deflação, como manga e ovos.
Fora do grupo Alimentação, Picchetti chamou a atenção para o grupo Habitação, que saiu de uma alta de 0,49% para uma de 0,52%. "Tem aqui uma pressão de tarifa de água", disse, referindo-se aos efeitos dos descontos que a Sabesp vem dando aos consumidores que economizam água, em função da situação hoje em São Paulo.
Entre as baixas, Picchetti também citou as passagens aéreas. Na terceira quadrissemana de outubro, o item mostrou recuo de 4,60%. Foi menos intenso que a queda na segunda leitura do mês, mas ajudou a evitar que a taxa do IPC-S subisse ainda mais, afirma o coordenador. /Estadão Conteúdo
Veículo: DCI