A cenoura teve uma colheita, na safra 2012/2013, de 344 mil toneladas, correspondente a 30% do total nacional; a cultura do alho (29 mil toneladas) equivale a 20% da safra brasileira. Destaque também para a produção de batatas (66 mil toneladas) e abacate (17 mil toneladas). Esses são números de alguns dos produtos cultivados em São Gotardo e cidades vizinhas, região do Alto Paranaíba, que está prestes a ganhar identidade própria, com o lançamento da marca território "Região de São Gotardo".
A marca - cujo lançamento oficial, comandado pelo Sebrae Minas, será no próximo dia 6 de novembro, em São Gotardo -, irá representar a produção de centenas de agricultores familiares (colonos imigrantes japoneses em sua grade maioria) dos municípios de Campos Altos, Ibiá, Rio Paranaíba e São Gotardo.
A olericultura (cultivo de hortaliças) na região teve início em 1973, com a criação, pelo governo federal, do Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba (Padap). Para sua implantação, foram desapropriados 500 quilômetros quadrados de terras contínuas naqueles municípios. Atraídos para a região, os colonos transformaram um cerrado semiárido no grande celeiro de produtos hortifrutigranjeiros de Minas Gerais, e um dos mais significativos do Brasil.
Os objetivos da marca são, entre outros: proteger a qualidade, garantir que o consumidor adquirira produtos confiáveis, abrir novos mercados, atrair investimentos e fomentar o crescimento.
Outros produtos - Além de cenoura, alho, batata e abacate, a região é também grande produtora de café, cebola, milho e soja. Os produtores estão distribuídos em grupos e organizados em duas cooperativas: a Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba (Coopadap), a pioneira, e a Cooperativa de Agronegócios do Cerrado Brasileiro (Coopacer).
O trabalho do Sebrae no território foi iniciado há cerca de 10 anos, com o projeto Educampo, de gestão rural. Em 2010, a pedido dos produtores, a instituição criou o Programa de Gestão Avançada (PGA) de hortifruticultura. Pioneiro no país e hoje referência para outras regiões, o Programa envolve ações de gestão avançada nas fazendas, propondo um controle apurado de indicadores como custos, produtividade, vendas e faturamento.
Graças ao PGA, verificaram-se aumentos nas áreas de plantio do alho (37%) e da cenoura (14%) e de produtividade da batata (31%). No ano passado, também por solicitação dos produtores, o Sebrae iniciou o processo de criação da marca "Região de São Gotardo", cuja primeira fase encerra-se agora, com o seu lançamento oficial. Para gerir o futuro dos produtores, foi criado o Conselho Regulador da Marca "Região de São Gotardo", que, entre outras ações, vai em busca da Indicação Geográfica (IG), o selo que reforça os conceitos de origem e qualidade dos produtos. (ASN)
Veículo: Diário do Comércio - MG