A Laticínio Gonçalves Salles, mais conhecida por sua marca de manteiga, cresce ao ritmo de dois dígitos, enquanto gigantes do setor lutam para não perder altitude
Tanto os produtores de leite como seus clientes, os fabricantes de laticínios, enfrentam turbulências neste ano. Os primeiros se veem às voltas com uma combinação de alta dos custos de produção e queda dos preços de venda. Já os grandes laticínios sofrem para melhorar suas margens, diante da pequena expansão da demanda. O caso mais emblemático das dificuldades do setor é o da LBR, que distribui marcas como Parmalat, Poços de Calda e Líder: ela encontra-se em recuperação judicial. Segundo a Leite Brasil, associação que representa as empresas da área, os 12 maiores laticínios do País responderam por 39% do leite captado em 2010.
No ano passado, a fatia baixou para 34%. Fundada em 1920 e um dos nomes mais emblemáticos do setor, a mineira Gonçalves Salles, de São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas Gerais, mais conhecida pela marca de manteiga Aviação, é a primeira colocada no ranking setorial desta edição de AS MELHORES DO MIDDLE MARKET. A manteiga é o carro-chefe da Gonçalves Salles, com uma produção de 600 toneladas por mês. “Há uma ligação afetiva dos consumidores com a marca”, afirma o presidente da empresa, Geraldo Alvarenga Resende Filho, membro da terceira geração da família fundadora. Segundo ele, a companhia vem crescendo entre 15% e 18% nos últimos anos. “Só conseguimos isso porque preservamos a qualidade”, diz Resende Filho.
Outros derivados, como requeijão, somam 350 toneladas de produção mensal. Esse volume deve crescer até 50%, quando a companhia construir sua nova fábrica em São Sebastião, com investimentos de R$ 25 milhões. A decisão final, porém, só será tomada em 2015. Recentemente, a empresa estreou no mercado de café torrado e moído com a marca Aviação. A meta é que o produto responda, já neste ano, por 15% do faturamento. “O retorno dos clientes tem sido muito positivo”, afirma Resende Filho. Um sinal de que o velho avião alemão Junker, que estampa as embalagens alaranjadas da empresa desde os anos 1940, ainda tem muitas horas de voo pela frente.
Veículo: Isto É Dinheiro