Em meio à lista de assuntos votados na Assembleia gaúcha ontem estava o projeto de lei apresentado pelo Executivo para alterações em legislações vinculadas ao Fundo Estadual do Leite (Fundoleite).
O texto, com uma emenda referente à vigência, foi aprovado por 39 votos a favor e uma abstenção da bancada do PP. Preferimos nos abster porque não estávamos de acordo com a redação do texto – explica o líder da bancada do PP, deputado estadual Frederico Antunes.
Duas são as alterações principais feitas. A primeira estabelece a data de recolhimento do tributo, referendando o dia 10 de cada mês, como já estava previsto em decreto. A segunda corrige o valor em Unidade Padrão Fiscal (UPF) da lei de criação do fundo – a quantia correta é 0,0310 UPFs e não 0310 por 500 litros de leite como aparece no texto original. Na prática, se convertem nos R$ 0,0004 por litro de leite cobrados em partes iguais das indústrias e do governo.
– Com essa alteração, se extingue a razão de ser da medida judicial – entende o deputado Luiz Fernando Mainardi (PT) com relação à liminar obtida recentemente na Justiça pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS).
A entidade entrou com ação na Justiça questionando o pagamento – que é compulsório – e no início deste mês obteve uma liminar favorável, suspendendo o recolhimento. O governo aguardava a apreciação desse projeto para entrar com um recurso – o conselho deliberativo do fundo é presidido pela Secretaria da Agricultura.A criação do Fundoleite foi aprovada por unanimidade na Assembleia no final de 2013, depois de longa discussão, mas a cobrança continuou sendo questionada pelo Sindilat e pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Veículo: Zero Hora - RS