Feira do Material Escolar, na Praça da Alfândega, é alternativa para encontrar artigos mais baratos com grande variedade de itens
No primeiro dia da Feira do Material Escolar, nessa quinta-feira, na Praça da Alfândega, Joana da Silva, 6 anos, já escolhia sua mochila para estrear na 1ª série do Ensino Fundamental. “Eu gostei desta”, apontou a menina para um modelo com a personagem da marca Pop Dolls, cujo preço era de R$ 56,90. O mesmo produto custava R$ 79,90 em uma loja em São Leopoldo, segundo a mãe, Marilda da Silva. A auxiliar de serviços gerais resolveu pesquisar os preços dos materiais escolares da filha neste ano, já que se espantou com o alto valor dos produtos.
Não foi só impressão. De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abfiae), os materiais escolares encareceram 8% em relação ao ano passado. A alta inflação e a oscilação do dólar são os motivos apontados pela entidade para cadernos, colas e lápis de cor também pesarem no orçamento. Pesquisar a variação de preços, se antecipar nas compras e comparecer a feiras de descontos são as alternativas para encontrar materiais a baixo custo, segundo o presidente da associação, Rubens Passos.
Foi o que fez Marilda da Silva, que pegou o trem com a filha Joana, especialmente para conferir os preços da Feira do Material Escolar, no Centro de Porto Alegre. Além da mochila com preço menor, Marilda incluiu na cesta um kit fechado voltado para as séries iniciais, com preço fixo de R$ 12,79, que conta com 13 artigos, como cadernos, tubo de cola e caixa de giz de cera. É a primeira vez que Marilda compareceu à feira, e ela não se arrependeu. “No ano passado, gastei R$ 156,00 em materiais escolares. Este ano, trouxe R$ 50,00 para levar todos os produtos, menos a mochila, que vou comprar outro dia”, conta.
Organizada pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), a 25ª edição da Feira do Material Escolar segue até 3 de março, e oferece descontos de até 15% em diversos tipos de produtos. O evento, que acontecia no Mercado Público, é realizado pela primeira vez em um pavilhão de 600m2 na Praça da Alfândega. Na tarde do primeiro dia, famílias já formavam filas nos caixas, e muitos andavam com listas nas mãos, com preços já pesquisados em outras lojas.
Os avós Marlene Gonzalez e Juan Carlos Gonzalez estavam munidos de uma tabela, com a lista dos produtos necessários e os respectivos preços pesquisados em outras três papelarias. A lista da neta mais velha, Mariana, de 7 anos, continha 27 artigos. Um dos mais caros, o bloco colorido, variava de R$ 11,00 a R$ 19,00 em outras lojas. Na feira, custava R$ 8,00. “É cansativo pesquisar, mas é preciso, para não pagar caro à toa”, sugere a avó. O casal pretende gastar, no máximo, R$ 150,00 com as compras de cada neto.
Pais devem levar filhos visando à educação financeira dos pequenos
Ao comparar a variação dos preços de uma papelaria para a outra, o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abfiae), Rubens Passos, sugere que é preciso observar se os produtos são da mesma marca e do mesmo modelo. E, ao contrário de recomendações frequentes, Passos também recomenda que os pais levem os filhos junto na hora de comprar os materiais, para evitar o consumo equivocado de itens desnecessários. “Também é um ótimo momento para ensiná-los sobre educação financeira.”
A família Aita estava completa para adquirir os itens da lista de materiais de Davi, de 10 anos, e Arthur, de 3. Pela segunda vez, os pais Viviane Cunha e Mauricio Aita compareceram a Feira do Material Escolar. “Este ano, achei a disposição dos produtos mais organizada, os corredores menos estreitos e o ambiente menos barulhento”, elogia Viviane. Os preços também fizeram a visita valer a pena. Um dos cadernos de Davi, temático do jogo de videogame God of War, custava R$ 12,90. Em outra papelaria no Centro, o mesmo era vendido por R$ 18,90.
Serviços on-line auxiliam na comparação de preços
Comprar materiais escolares pela internet pode ser uma alternativa para comparar preços sem enfrentar estabelecimentos lotados. Em endereços online como o Sua Lista Escolar, pais podem enviar a lista de materiais dos filhos, e em até 24 horas o site encaminha uma pesquisa catalogada, com os produtos disponíveis de diferentes marcas e preços. Além disso, o site também ajuda a desvendar itens quase secretos das listas de materiais, como a gode flor, uma paleta para misturar tintas, e o bloco criativo, nada mais do que um bloco com folhas coloridas de diferentes gramaturas.
“Criei o Sua Lista Escolar, porque também sou pai e sei o quanto é cansativo comprar materiais escolares”, conta o fundador do serviço, Marcelo Goberto Azevedo. Depois que o cliente escolhe os itens e efetua a compra, os produtos demoram cerca de quatro dias para chegar pelo correio. As escolas também podem encaminhar suas listas de materiais para o site. Assim, pais podem procurar os materiais catalogados por meio de uma ferramenta de busca, em que é preciso fornecer apenas o nome da escola.
Para saber se o endereço eletrônico é seguro para fazer as compras escolares, Azevedo sugere que os pais tenham referência da empresa ou procurem pelos indicadores no Procon, no site Reclame Aqui ou nas redes sociais. Também é recomendável que a empresa apresente seu endereço e telefone na internet.
Veículo: Jornal do Comércio - RS