Fabricantes de produtos para lavar roupa esperam alta das vendas no ano

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Faturamento do setor pode saltar de R$ 9,7 bilhões no ano passado para R$ 12 bilhões em 2019. Sabão em barra e em pó devem perder mais espaço para as versões líquidas e concentradas

 

 



O lançamento de novos produtos e a migração para versões líquidas de sabão devem manter o mercado de produtos para lavar roupa aquecido nos próximos anos. De acordo com a consultoria Mintel, só este ano as vendas devem crescer 7,5%, para R$ 10,5 bilhões. "O sabão líquido ainda tem uma participação menor no segmento, mas está crescendo e agora migrando para as versões concentradas", afirma a presidente executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), Maria Eugenia Saldanha.

Ela conta que o setor tem observado uma migração rápida para as versões líquidas de sabão, que gradativamente devem substituir os produtos apresentados em pó. A Unilever, controladora da marca Omo, confirma esse movimento de substituição. "Temos visto uma migração cada vez mais frequente dos consumidores de detergente em pó para o líquido", conta o gerente de marketing da Omo, Pedro Jareguiberry.

O executivo não revela o número de vendas da marca, mas segundo relatório anual divulgado pela companhia, as vendas globais do segmento somaram 1 bilhão de euros em 2014.

Concorrência


Para a paulista Sobel, dona da marca Suprema, a migração para o consumo de sabão na versão líquida tem ajudado a ganhar espaço em um mercado dominado pelas gigantes do setor. A empresa espera registrar uma alta de até 40% no volume produzido, com a ampliação da capacidade produtiva. No ano passado, a empresa produziu 20% sobre 2013.

Os produtos de limpeza representam de 15% a 18% do negócio. "Com o avanço da categoria de sabão líquido, as empresas menores, como nós, conseguem competir com as grandes, o que não acontecia no sabão em pó", ressalta o diretor da Sobel, Márcio Savare.

Ele explica que a fabricação de sabão em pó exige estrutura complexa e difícil de financiar, o que dificultava o acesso de empresas de menor porte.

"Com o sabão líquido a concorrência tem aumentado nos últimos anos, o que inclusive tem levado a uma redução no preço médio dos produtos", completa o executivo.

Savare acredita que o preço, é um dos principais entraves na hora da compra e com o cenário econômico mais difícil em 2015, os clientes têm migrado para marcas menos conhecidas e com preços menores. "O consumidor, geralmente, entra na categoria comprando a marca líder, mas com o tempo experimenta outras marcas e ao perceber que a qualidade é a mesma, migra", aposta o diretor da Sobel.

Hoje, a líder na categoria de sabão líquido é a marca Ariel, da Procter & Gamble (P&G), primeira a lançar o produto no mercado brasileiro.

Tendência


As versões concentradas de sabão e amaciante também estão movimentando as vendas no setor, mas ainda enfrentam resistência dos consumidores.

"O desafio das fabricantes agora é fazer com que as pessoas adotem as versões concentradas", lembra a presidente da Abipla. Ela cita um estudo realizado por uma empresa do setor, que indica uma economia de até 74% na água consumida em toda a cadeia de produção e consumo, caso o amaciante líquido seja substituído pelo concentrado.

"Isso desde que o produto seja usado corretamente, o que muitas vezes não acontece", pondera Maria Eugenia Saldanha. Ela explica que isso acontece porque os consumidores não têm o hábito de ler o rótulo da embalagem e o uso incorreto tem sido a principal barreira para o produto ganhar mais espaço nas prateleiras.

"Mas a crise da água pode ajudar a alavancar a categoria, com o aumento da busca por opções econômicas", avalia.

A Unilever tem usado a economia de água como principal vantagem para promover o sabão concentrado. "Nossos consumidores estão em busca de soluções conscientes e pensando nisso lançamos o Omo Super Concentrado, que economiza cerca de 40% de água no processo de fabricação se comparado a um produto regular", diz Jareguiberry.

Já a Sobel, que tem um amaciante concentrado com lançamento previsto para o segundo semestre, identificou a barreira e reconhece que ainda é preciso conscientizar os consumidores sobre o uso correto.

Na fabricante de produtos de limpeza AudaxCo, o lançamento de um amaciante concentrado foi adiado. "Nós temos o produto desenvolvido, mas não está entre as nossas prioridades olhando para o mercado hoje", diz o executivo de marketing da empresa, Diego Viriato. As vendas de produtos de limpeza de roupa da empresa, cita ele, representam 5% do total e cresceram 10% no último ano.

Segundo ele, a concorrência acirrada entre as empresas já consolidadas no segmento é um dos fatores que levaram a AudaxCo a optar por concentrar os esforços de venda na linha profissional. "O consumo da linha doméstica pode até migrar um pouco para outras marcas, mas as grandes vão brigar muito para manter o mercado", acredita Viriato.




Veículo: DCI


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