Fugini investirá R$ 40 milhões em nova fábrica em Goiás

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No ano passado, com investimentos de R$ 6,2 milhões, a Fugini Alimentos, tradicional fabricante de atomatados e doces, entrou no mercado de pratos prontos. A longo prazo, o objetivo da diversificação do portfólio, de acordo com Auro Ninelli, presidente da empresa, era diminuir o peso dos atomatados, responsáveis por 60% da receita da Fugini. Em linha com essa estratégia, a empresa investirá R$ 40 milhões em uma nova fábrica, em Cristalina, Goiás. Segundo Ninelli, o local foi escolhido por ser uma área boa para a produção de matérias-primas para o novo segmento no qual a empresa se prepara para entrar: de vegetais em conserva. A nova fábrica terá capacidade para processar 50 mil toneladas de vegetais brutos e a expectativa é obter R$ 80 milhões em 2010 com o novo negócio.

 

O executivo afirmou que ainda estuda a melhor forma para financiar a nova unidade de produção. "Estamos analisando três linhas diferentes de financiamento", disse. Mas, ao largo dos solavancos que a economia brasileira pode vir a sofrer este ano, nada ameaça o projeto, que sairá do papel de qualquer maneira, assegura. "Nós não trabalhamos com expectativa de crise muito grave. Podemos ter alguma alteração, mas o Brasil vai continuar crescendo."

 

Apesar do otimismo, o executivo não ficará surpreso com uma desaceleração do consumo. "Outros setores da economia estão estagnados ou desacelerando com força. Pode ser que o consumo a médio prazo diminua", disse, ressaltando que mesmo que isso aconteça a nova fábrica deve estar pronta até o início de 2010. Entre os novos produtos que entrarão para o portfólio da empresa estão milho, ervilha, seletas, grão de bico e feijão pronto - categoria que tem apresentado crescimento "interessante", segundo Ninelli.

 

E os atomatados também ganharão reforço. Hoje, a capacidade de produção da Fugini é de 150 mil toneladas por ano. Atualmente a empresa trabalha com ocupação de 120 mil toneladas por ano. Com o crescimento projetado para 2009, de 25% - que já foi alcançado nos meses de janeiro e fevereiro - a empresa vai necessitar de mais espaço para produzir atomatados em 2010. Com a nova fábrica, a capacidade alcançará 250 mil toneladas por ano. "No dia 20 de fevereiro já tínhamos alcançado o crescimento projetado para o mês", afirmou. Ninelli acredita que o fato da crise ter se agravado nos últimos meses do ano fez com que as pessoas se endividassem menos, o que deixou uma brecha no orçamento para investir em alimentação.

 

Reajuste de preços

 

Apesar de não estar sentindo os efeitos da crise internacional, a Fugini tem encontrado dificuldades em 2009. O aumento do preço do tomate e do açúcar tem pressionado os custos de produção da empresa, que deve reajustar preços nos próximos dias, segundo Ninelli. "Estamos pagando R$ 3 mil a tonelada da polpa de tomate. Até outubro do ano passado pagávamos R$ 1,8 mil", disse. O executivo espera que a situação melhores a partir de julho, quando começa a safra do produto. Por conta desse aumento, os preços dos doces e atomatados devem subir entre 6% e 10% em média. "Vamos fechar o mês para ver como estão nossos custos", disse.

 

Divulgação

 

Além do investimento na nova fábrica, Ninelli contou que pretende ampliar aportes na divulgação dos pratos prontos. Como os produtos são embalados a vácuo, eliminando a necessidade de refrigeração, consumidores e varejistas estão confusos em relação as características dos pratos prontos. "É um mercado que precisa de uma comunicação muito forte. É difícil entender que uma lasanha não precisa ficar no refrigerador", explicou. A empresa está utilizando apenas 50% da capacidade de produção de pratos prontos atualmente.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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