O volume exportado de café pelo Brasil neste ano será fator importante para determinar os rumos do mercado do produto no País, num momento em que a colheita de safra de arábica está apenas começando, disse o presidente da 3corações, indústria brasileira líder no segmento. Pedro Lima, que comanda a companhia que tem 22 por cento de fatia no mercado de café industrializado no Brasil, disse ainda que o tamanho da safra de grãos robusta, afetada fortemente pela seca, também será fator importante para definir os preços.
Ele estimou a produção total do Brasil (arábica e robusta) em 2015/16 em pouco mais de 50 milhões de sacas de 60 kg, um volume insuficiente para cobrir o consumo interno e as exportações. "[O cenário de aperto nos estoques] vai depender da agressividade das exportações do Brasil. Vai depender da safra de conilon [robusta]", disse Lima, após apresentação em evento promovido pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
A associação dos exportadores estima as exportações totais do Brasil (grãos verdes e o produto industrializado) em 35 milhões de sacas em 2015, disse na terça-feira (19) o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga, prevendo queda de cerca de 3,5% nos embarques ante o volume recorde de 2014.
O consumo interno do Brasil é estimado em pouco mais de 20 milhões de sacas ao ano.
Essa situação de déficit na oferta, acrescentou o diretor-geral da Organização Internacional do Café (OIC), o brasileiro Robério Oliveira Silva, deverá colaborar para um consumo de estoques globais do produto, na medida em que o Brasil é o maior produtor e exportador global. A OIC não faz estimativas de safra e trabalha com os números do governo brasileiro. /Reuters
Veículo: DCI