Com a retração no mercado interno, muitas empresas têm se voltado para o exterior. A indústria de transformação, porém, esbarra em obstáculos para se expandir nesse fronte.
As exportações feitas a partir do Brasil pela fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, caíram de cerca de 20% do faturamento da companhia no início dos anos 2000 para 2% hoje.
Na Embraco, que produz compressores e faz parte do mesmo grupo, a participação recuou de 70% para 50%.
A valorização do real na última década, apontada por muitas empresas como responsável para a timidez nos embarques não foi o pior empecilho, segundo João Carlos Brega, CEO da Whirpool na América Latina.
"[A recente queda do preço do real como alavanca das vendas externas] é uma falácia. Pode fazer diferença para quem exporta matéria-prima, mas não para quem faz transformação", afirma.
"Para quem depende de infraestrutura e energia, os custos só subiram e, hoje, 10% [do valor exportado] correspondem a impostos." O executivo diz que reduzir a burocracia impulsionaria a venda externa de bens duráveis.
"Hoje, precisamos preencher 12 formulários diferentes [para enviar a mercadoria]. Em muitos casos, esses 12 processos são similares."
A saída do país, de pessoas e de mercadorias deveria ser facilitada, com controle menor e mais ágil do que na entrada, como ocorre nos Estados Unidos, compara.
"Deveria ser feita uma fiscalização 'a posteriori' [de produtos e documentos], por amostragem, penalizando quem estivesse irregular."
Veículo: Jornal Folha de S.Paulo
Burocracia ainda dificulta exportação, diz fabricante de eletrodomésticos
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