A Britânia anunciou a demissão de 370 funcionários e o fechamento de sua fábrica em Camaçari (região metropolitana de Salvador). Em comunicado, a empresa informou que concluiu a construção de uma unidade em Joinville (SC) e agora tem área suficiente para absorver a produção de Camaçari, "podendo, assim, otimizar o processo logístico de distribuição". A empresa informou ainda que os compromissos trabalhistas, fiscais, legais e com fornecedores serão devidamente honrados.
Em reunião com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, dirigentes da empresa disseram que a crise causou forte queda nas vendas dos eletrodomésticos fabricados no município. "Eles também falaram que não houve calor suficiente nos Estados do Sul e do Sudeste para aquecer o comércio de ventiladores", disse Jorge Castro, representante das indústrias metalúrgicas do Estado. As unidades da Britânia de Camaçari, Curitiba e Joinville empregam cerca de mil pessoas.
Em Santo André (SP), os 84 funcionários da empresa Krause fizeram plantão na porta da fábrica, que encerrou as atividades da unidade sem informar os empregados. A demissão de 4.270 funcionários da Embraer também teve desdobramentos. O Tribunal Regional do Trabalho de Campinas (TRT 15ª Região) agendou para o dia 5 a audiência de conciliação entre empresa e trabalhadores. Na quinta-feira, os Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu e a Federação dos Metalúrgicos de São Paulo protocolaram ação de dissídio coletivo para pedir a anulação das demissões ocorridas na semana passada.
Também foi protocolado um pedido de liminar para suspender as demissões, que será avaliado até segunda-feira pelo desembargador federal do trabalho Luis Carlos Cândido Martins Sotero da Silva. Nesta sexta-feira, diretores do sindicato fazem reuniões com trabalhadores demitidos da Embraer e da General Motors para discutir ações jurídicas contra demissões.
Veículo: Valor Econômico