Unir moda e estilo com entretenimento é uma tendência que não só tem dado certo no Brasil e no exterior como já se tornou um diferencial na conquista de consumidores mais exigentes. “Este é um caminho para os lojistas observarem”, destacou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Gustavo Schifino, referindo-se à alternativa apresentada durante o Zoom da Moda como Negócio, promovido pela entidade nesta quinta-feira no Teatro do CIEE. Durante o evento, o sócio-fundador da Cartel 011, de São Paulo, Cristian Resende, e o proprietário da gaúcha Hemb Forma e Conteúdo, Felipe Hemb, falaram sobre a experiência, que vem sendo aplicada em ambas as marcas.
Lançada há quatro anos, a masculina Hemb, de Porto Alegre, é resultado de um planejamento de dois anos, focado na socialização e relacionamento com os clientes, em paralelo às vendas. Além da promoção de happy hour, feiras e eventos em frente ao estabelecimento, o proprietário destacou o sucesso que obteve ao oferecer serviços de barbearia de luxo e alfaiataria. “A ideia elevou o nível de satisfação dos clientes e ampliou a base de consumidores”, garantiu o proprietário. O local ainda conta com uma máquina de pinball, rompendo com a relação exclusiva de compra e venda, e gerando um ambiente onde as pessoas se sintam mais acolhidas – e, consequentemente, permaneçam mais tempo dentro da loja.
Apostar em uma moda mais funcional, inserida em um modelo de negócios que acopla serviços e entretenimento foi o caminho eleito pela paulistana Cartel 011. Durante sua palestra, Resende contou que antes de trabalhar o comércio buscou criar uma “relação emocional” com os consumidores, através de marketing e conteúdo. Também no caso da Cartel 011, a loja só foi aberta após um ano de funcionamento do espaço como coworking no segundo andar e uma galeria para exposições de arte e eventos de música no térreo. “Para este processo dar certo, foi preciso encontrar um bom discurso e construir o business plan de forma orgânica, evitando cair no óbvio”, afirmou o empresário, que aposta na criação de uma massa crítica entre os consumidores. “Questione os padrões, arrisque um pouco. O padrão de consumo mudou, porque o mundo em que vivemos não é mais o mesmo”, disse Resende aos lojistas reunidos no evento.
Oferecer produtos mais inteligentes e que façam mais sentido também é um desafio ao varejo, na opinião do sócio-proprietário da Cartel 011. “Não sei até que ponto o fast fashion é válido como aposta”, questionou. Outras alternativas de inovação no varejo passam pelas tecnologias disponíveis on-line. Ao apresentar os pilares do negócio criado em 2011, o CPO da Dafiti, José Simões, lembrou que mais que campanhas publicitárias diferenciadas e foco na experiência com o consumidor, o varejista precisa focar no desejo das pessoas de entender e usar moda. “Para nos diferenciarmos neste mercado, criamos um provador virtual, que dispensa que o cliente vá até a loja física, e defina seus looks pelo nosso site, informando medidas de altura, cintura, entre outros.” Desta forma, o olhar do consumidor se amplia e vai além da observação de uma peça isolada, explicou Simões, ao falar sobre Inovação no e-commerce e relação com o mundo off-line.
O evento ainda contou com a palestra da personal stylist Juliana Parisi, que destacou a importância dos blogs e da relação destas ferramentas com as marcas, além de dar dicas de como aproveitar melhor essas parcerias. As próximas edições ocorrem nos dias 22 de setembro e 10 de novembro, com os temas Varejo na Era do Compartilhamento e Capitalismo Consciente, respectivamente.
Veículo: Jornal do Comércio - RS
Marcas agregam serviços e ganham clientes
Leia em
3min