Um dos principais componentes do pão francês é a farinha de trigo. No Brasil, o trigo começou a sofrer os efeitos da inflação no início deste ano por dois motivos.
O primeiro deles é que o maior importador do cereal no País é a Argentina, e em julho deste ano, o governo de Cristina Kirchner decidiu aumentar os impostos sobre as exportações de grãos, alegando que a medida impediria que a alta nos preços internacionais dos alimentos chegasse à mesa dos argentinos.
A segunda razão foi que os fabricantes de farinha de trigo tiveram de importar o produto dos Estados Unidos e do Canadá, países que no primeiro semestre sofreram com a alta demanda mundial. O aumento do consumo de alimentos, principalmente em países como Índia e China, fez com que a safra total disponível se tornasse insuficiente. Além disso, como os países norte-americanos estão geograficamente mais distantes que a vizinha Argentina, os custos com o transporte cresceram.
Com o início da safra brasileira de trigo em julho e a normalização da exportação Argentina em agosto, os preços começaram a baixar. Ainda este mês, o governo brasileiro aprovou uma medida para conter a alta do pão francês, que afeta diretamente o bolso do consumidor.
Todo o trigo que entrar no Brasil até julho de 2009 terá alíquota zero de PIS/Pasep (Programa de Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social). Na prática, a medida implica um abatimento de 10% no valor pago pelo cereal. Com o trigo mais acessível, a farinha de trigo e conseqüentemente o pão tornam-se mais barato também.
Veículo: Diário do Grande ABC