Estudo realizado pela TNS Interscience com 1,2 mil mães e filhos latinos-americanos aponta o aumento do poder da decisão de compra de crianças até nove anos. Feita no Brasil, Chile, Argentina, México e Guatemala, a pesquisa indicou uma mudança na estrutura familiar, com a diluição das fronteiras entre os mundos infantil, adolescente e adulto. "A maior inserção da mulher no mercado de trabalho fez com que ela se sinta culpada por delegar parte da criação dos filhos a terceiros, e isso a incentivou a adotar o consumo compensatório", afirmou Karina Milaré, diretora de Planejamento.
O estudo mostrou, por exemplo, que 66% das mães concordavam em pagar mais por um produto da marca pedida pelo filho. No Brasil, eram 71%. Segundo Karina, além de concederem mesadas e semanadas, os pais incentivam a relação da criança com o dinheiro quando "pagam" para ela realizar pequenas tarefas, como lavar carro e arrumar a cama, e até por bom comportamento. Segundo a pesquisa, 48% das mães afirmaram que os filhos recebem dinheiro. No Brasil, foram 52%. Entre essas crianças, 48% disseram gastar tudo e, outras 48% que guardam o dinheiro. "As que poupam normalmente, fazem isso para comprar algo não aprovado ou produtos que os pais se recusam a adquirir", disse.
Segundo a pesquisa, 93% das mães reconheceram que a publicidade influencia o filho na escolha de determinada marca. Apesar disso, Karina alertou as empresas, principalmente as de publicidade, para o fato de sempre haver um adulto com a criança. É o consumidor de "quatro pernas e quatro olhos". Por isso, as empresas precisam dirigir a comunicação não diretamente à criança, mas levando em conta o adulto que fará a compra.
Veículo: Diário do Comércio - SP