Fabricante do Lego avisa que demanda para o fim do ano na Europa ficou acima do esperado.
Aficionados por Lego em toda a Europa podem ter um Natal frustrante neste ano. A fabricante dos icônicos tijolinhos de brinquedo avisou ontem que a demanda por seus produtos para o fim de ano superou as expectativas e, apesar de as fábricas operarem a plena capacidade, teme não conseguir atender a encomendas de fim de ano do varejo no continente.
Em entrevista à agência Reuters, o porta- voz do Grupo Lego, Roar Trangbeak, disse que os pedidos feitos até agora serão entregues, mas admitiu que a companhia terá dificuldades para atender a novas solicitações.
— (A demanda) é realmente extraordinária e superou tanto as nossas projeções quanto as de nossos clientes — disse Trangbaek.
Excesso de clientes é um tipo de problema que contrasta com a crise vivida pelas outras duas gigantes dos brinquedos, que disputam com a Lego a liderança do setor: Mattel e Hasbro. Na semana passada, as duas divulgaram resultados trimestrais decepcionantes, refletindo a dificuldade para se adaptar às novas preferências do público infantil.
A Mattel amargou um tombo de 33% em seu lucro no terceiro trimestre, frente ao ano passado. Boa parte dessa queda está relacionada à decadência da marca que já foi o maior trunfo da empresa: a Barbie. As vendas da boneca caíram 15%, na comparação anual. Para tentar sair da crise, a gigante dos brinquedos tenta inovar com produtos como bonecas de heroínas e até uma Barbie falante.
Bonecas de Lego: situação da fabricante contrasta com a de rivais Hasbro também frustrou investidores. Apesar de ter registrado aumento de 15% no lucro no terceiro trimestre, as vendas fracas da fabricante decepcionaram acionistas, ao subirem levemente para US$ 1,47 bilhão. A empresa informou que o resultado foi afetado pelo desempenho ruim de produtos direcionados para meninas, como My Little Pony e Furby. Já as vendas dos produtos ligados à franquia “Star Wars” — em foco neste ano por causa do lançamento do sétimo filme da série — ajudaram a sustentar a empresa no positivo.
As vendas da Lego, que não tem ações na Bolsa, cresceram 18% no primeiro semestre, alcançando US$ 2,1 bilhões. A empresa aposta agora na conclusão de uma fábrica na China em 2017. A planta será estratégica para fornecer produtos à Ásia.
Veículo: Jornal O Globo