Com apoio da Amis e Amipão, grão terá mais espaço no comércio.
Os cafés especiais produzidos em Minas Gerais ganharão mais espaço nas prateleiras dos supermercados e das padarias mineiras. A promoção dos produtos será possível pelo acordo firmado entre a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), a Associação Mineira de Supermercados (Amis) e o Sindicato e a Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão). O objetivo é disponibilizar os cafés especiais das principais regiões produtoras do Estado e incentivar o maior consumo da bebida diferenciada.
De acordo com o presidente da Faemg, Roberto Simões, as expectativas em relação ao acordo são positivas. Além de ampliar a disponibilidade de cafés especiais para os consumidores, o incentivo a uma maior demanda trará bons resultados aos produtores, que terão oportunidade de aumentar a renda, investir nos cafezais e gerar empregos.
"Este é o início de uma grande caminhada. Daqui para frente vamos definir algumas ações para colocar os cafés especiais de Minas Gerais na nossa enorme rede de supermercados e de panificadoras. Temos que despertar o interesse do consumidor em relação ao produto", ressalta Simões.
Segundo o dirigente ruralista, a proposta é divulgar os cafés das quatro regiões produtoras do Estado: Chapada de Minas, Cerrado, Matas de Minas e Sul. "O consumidor está aprendendo a diferenciar a bebida de qualidade das demais e, por isso, paga a mais por esse diferencial. um momento oportuno e estamos otimistas com a parceria".
Consumo - De acordo com a Faemg, o consumo de cafés especiais vem crescendo a níveis superiores aos dos cafés tradicionais e deve ser ainda mais estimulado com o acordo assinado entre as entidades. Segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, sigla em inglês), a demanda pelos grãos especiais cresce em torno de 15% ao ano, principalmente no exterior, enquanto o crescimento do café commodity é de cerca de 2%.
O valor de venda dos cafés especiais, normalmente, é de 30% a 40% superior aos do grão cultivado de modo convencional. Em alguns casos, pode ultrapassar os 100%, dependendo da qualidade. Os principais mercados consumidores dos cafés especiais brasileiros são Japão, Estados Unidos e União Europeia, havendo grande crescimento por parte da Coreia do Sul e Austrália.
A produção de cafés especiais no Brasil cresce entre 10% a 15% a cada ano. Atualmente, cerca de 10% do grão produzido no País é especial, devendo chegar a mais de 4 milhões de sacas neste ano. Desse total, estima-se que 50% são oriundos de lavouras mineiras. Das 20 milhões de sacas de café que serão consumidas este ano por brasileiros, um 1 milhão de sacas serão de cafés especiais.
"A expectativa é que o consumo de cafés especiais seja alavancado, significando mais mercado para o produtor, maior renda para as famílias e mais empregos no campo", avalia Simões.
Novos produtos - De acordo com o representantes da Faemg, se os resultados obtidos com a parceria forem satisfatórios, a ideia é expandir o acordo, incluindo outros produtos tradicionais mineiros, como os queijos e as cachaças, por exemplo.
Os bons resultados conseguidos pelo projeto Origem Minas, que divulga e promove o agronegócio mineiro a partir dos negócios gerados durante grandes eventos mostram, segundo Simões, que a demanda pelos produtos do interior é grande e que pode valer a pena investir na disponibilização dos mesmos nas redes de supermercados e panificadoras.
"Existe uma tendência de aproximação dos nossos produtores com os consumidores dos grandes centros e o acordo é uma porta de abertura para que possamos avaliar uma possível ampliação da oferta ou uma abertura para itens tradicionais e de excelentes qualidades", ressalta.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG