A participação dos bens de consumo na pauta de exportação brasileira cresceu 7,6% em 2015. Até setembro deste ano, a categoria alcançou 16,8% do total de vendas.
O aumento da representatividade entre as exportações acontece tanto entre os bens de consumo não duráveis quanto entre os duráveis. O primeiro grupo, composto por produtos que só podem ser consumidos uma vez, tem maior espaço nas vendas, alcançando 13,9% da pauta brasileira. O segundo grupo, de mercadorias que podem ser usadas mais vezes, compõe 2,9% do total.
Para Renata Amaral, consultora em comércio internacional da Barral M Jorge, "o câmbio atual favorece muitas empresas, que estão vendendo mais para o exterior". Outro motivo apontado pela especialista é a "queda das commodities, que valem menos neste ano e, assim, têm menor representatividade entre os exportados". Ela também ressaltou que os bens de consumo "têm maior valor agregado que as commodities, o que é positivo para a economia".
Entre os produtos exportados, chama a atenção o aumento das vendas de máquinas e aparelhos de uso doméstico. Além de ampliar sua participação, o item rendeu mais para os vendedores até setembro deste ano.
Também tiveram aumento na participação outros bens de consumo não duráveis, como produtos alimentícios, bebidas e tabacos, e duráveis, como veículos automóveis de passageiros e moveis para casa.
A busca de mercados fora do Brasil tem incentivado, por exemplo, a venda de carros novos, bastante prejudicada no País pela economia desaquecida. No começo de outubro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), anunciou acordo com a Colômbia para zerar as alíquotas do Imposto de Importação para automóveis de até 3,5 toneladas.
Busca por demanda
A intenção de consumo das famílias brasileiras recuou 1,8% segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Amaral afirmou que "a queda de demanda interna é mais um motivo para se incentivar as vendas para o exterior".
Outra pesquisa, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que a utilização da capacidade instalada ficou estável em 66% pelo terceiro mês consecutivo em setembro, nível seis pontos percentuais inferior ao registrado em igual mês de 2014.
Roberto Segatto, presidente da Associação de Comércio Exterior no Brasil, acredita que a "indústria pode melhorar um pouco esse número, ampliando sua produção, ao direcionar mais vendas para fora".
Veículo: Jornal DCI