Varejistas temem falta de produtos nas gôndolas em caso de recuperação

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Para tentar reverter a desaceleração e entrar em recuperação já no 1º semestre de 2016, o setor de home center trabalha para administrar as possíveis falta de produtos nas gôndolas, as chamadas rupturas, que podem subir neste ano. Com queda de 25% nas vendas e alta de 10% no preço dos produtos, promoções e itens de menor valor agregado viram armas para empresas como C&C e Telhanorte.

Em curto prazo, após um mês de setembro negativo no Sul, Sudeste e no Norte, a primeira quinzena de outubro parece ter trazido um alento às lojas de material de construção. "Acreditamos que as vendas vão melhorar. Outubro já teve uma leve recuperação. Além disso, muitos consumidores estão arrumando seus lares ao invés de construir novos espaços", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Claudio Conz.

Projeções

Segundo o especialista, este ano, o segmento deve ter o mesmo faturamento de 2014 (quando somou R$ 60 bilhões alta de 2,8% sobre 2013), mas com volume de vendas 25% menor. "Acredito que o faturamento este ano ficará empatada com o ano passado. O que mais nos preocupa é a falta de produtos, a ruptura que começa a crescer nos pontos de vendas", disse Conz. Ainda segundo ele, a indústria, sentiu primeiro os efeitos da crise e não irá repor produtos até o final do ano. "Elas [indústrias] desligaram equipamentos, demitiram funcionários e estão repassando o aumento dos custos operacionais à ponta", concluiu.

Mesmo com o cenário complexo, puxado em especial pelo menor otimismo do consumidor, a Telhanorte projeta crescimento significativo e usará promoções para atrair o cliente. "Nossa projeção é fechar o ano com avanço de 6%. É um cenário difícil, ainda mais que 2/3 terços das compras feitas no canal dependem de crédito", explicou o diretor geral da Telhanorte, Manuel Corrêa.

As promoções têm ajuda a rede a minimizar a queda nas vendas na categoria de acabamentos - revestimentos, louças sanitárias e afins. "Percebemos um volume bom de vendas em produtos promocionados e, no final do ano, os itens de decoração despontam", disse ele explicando que decoração apresenta crescimento no mês de dezembro, período ruim para as vendas.

O canal e-commerce da varejista também é aposta. "Ele cresce cerca de 20% ao mês e estamos inovando em tecnologia e integração dos canais em que o consumidor compra no site e retira na loja".

Sem arriscar falar sobre recuperação das vendas, em janeiro, Corrêa afirmou apenas que a Telhanorte mantém os planos de expansão para 2016, que envolve investimento de R$ 100 milhões em quatro ou cinco novas lojas.

Concorrência

Na concorrente C&C, o primeiro semestre difícil não impactará o resultado do ano. "O primeiro semestre foi difícil mas, projetamos um final de ano melhor", disse ao DCI o diretor de marketing da C&C, Jeferson Fernandes. Ainda segundo o executivo, o investimento em campanha publicitária reaproximou o consumidor da marca. "Tivemos boa repercussão com propaganda e estamos de olho no mercado premium de material de construção", disse ele. A rede inaugurou XHARA C&C, boutique de acabamento que atende a arquitetos. "É uma forma de nos aproximarmos desse público e oferecer produtos diferenciados", disse. Fernandes ressaltou que a C&C aderiu a programas de pontos já que o consumidor usa isso para comprar produtos.

 



Veículo: Jornal DCI


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