Tendência é de menos eletrônicos e importados vendidos e mais vestuário e calçados.
Data número 1 no calendário do comércio lojista, o Natal dará menos peso à bagagem do Papai Noel em 2015. Sondagens e consultas de entidades do varejo sugerem tendências. Cada gaúcho comprará, em média, mais de quatro presentes. A crise, portanto, não reduzirá o movimento nas lojas, mas o Natal será menor para o faturamento. Não haverá venda em massa de tablets, smartphones, câmeras digitais, games, eletrônicos e importados. A sacola do bom velhinho será preenchida por itens de valor compatível com o momento. Camisas, blusas, calças, cosméticos, livros, calçados e produtos com preços na faixa de R$ 120 terão preferência, diz o presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), Vilson Noer.
Pesquisa do Sistema Fecomércio-RS capturou outro perfil de consumo em cinco regiões: Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Maria, Pelotas e Ijuí. O gasto médio individual deverá ser de R$ 453. Serão 4,7 presentes por pessoa e valor médio de R$ 96,28 cada. Homens gastarão mais, R$ 559, e mulheres, R$ 378. “O Natal será mais austero, de tempo de crise, mas não seremos vencidos por ela”, avalia o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn. Energia, gasolina, inflação e juros são os vilões deste ano. Esses novos custos limaram a renda do mercado consumidor, afirma o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas, Vitor Koch.
Supermercados ganham
Nos supermercados as vendas serão positivas, disse o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Longo, que prevê alta de 1,2% sobre a data do ano passado. Não será um Natal de importados. Árvores natalinas e bombons estão entre os itens líderes em vendas. Cerca de 40% dos clientes, estima Longo, vão trocar de marca em busca de preços menores. Será um comportamento ditado pela escassez de dinheiro entre a população.
Conforme a Fecomércio-RS, o valor nominal das vendas no Natal será maior ante 2014, mas a projeção é de faturamento 7% inferior em relação à data no ano passado. A inflação vai devorar os ganhos do setor. “É preciso ter cuidado na gestão, há contas a pagar depois”, avisa o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn. O presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, prevê venda 4% menor sobre o Natal anterior: “O pior virá depois, em janeiro e fevereiro. Há grande risco de fechamento de lojas.”
A CDL projeta R$ 399 milhões de vendas na Capital, abaixo dos R$ 402 milhões do último Natal. “Se colocarmos a inflação anual de 8% a 10%, nosso resultado será negativo”, explica o presidente Gustavo Schifino. Para a CDL, o Natal, mesmo na crise, mantém sua importância. No primeiro semestre as vendas estavam em baixa de 15%. No Dia da Criança o desempenho melhorou e o acumulado negativo do ano ficou em 8%. “Esperamos, com o Natal, diminuir esse negativo e chegar próximo a zero”, calcula.
Veículo: Jornal Correio do Povo - RS